Coreia do Norte responde a Trump e diz que pondera atacar Guam

Nova escalada nas declarações entre norte-coreanos e norte-americanos.

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Reuters/KCNA KCNA

A Coreia do Norte anunciou estar “a examinar cuidadosamente” planos para um ataque com mísseis a Guam, um território do Pacífico sob jurisdição dos Estados Unidos, onde vivem cerca de 163 mil pessoas e funciona uma base militar norte-americana que aloja uma esquadra de submarinos, e uma base aérea.

Esta declaração de um porta-voz do Exército norte-coreano surgiu horas depois de o Presidente norte-americano ter feito uma ameaça num tom inusitadamente agressivo, prometendo “fogo e fúria” nunca vistos se a Coreia do Norte voltar a ameaçar os EUA.

“A Força Estratégica do Exército está a examinar cuidadosamente um plano operacional para atingir áreas em redor de Guam com mísseis balísticos de médio/longo alcance Hwasong-12, de modo a conter as bases militares dos Estados Unidos em Guam, incluindo a base aérea Anderson”, disse o porta-voz à KCNA, numa citação reproduzida pela Reuters.

Segundo as mesmas agências, este plano será apresentado em breve a Kim Jong-un, o líder norte-coreano, embora não tenha sido referida qualquer data.

Na segunda-feira, bombardeiros americanos voaram de Guam até à península coreana, para assinalar a importância da estratégica desta ilha no Pacífico.

Numa outra declaração de outro porta-voz militar, a Coreia do Norte também acusou os Estados Unidos de estarem a preparar uma “guerra preventiva” e disse que quaisquer planos seriam contrapostos com “uma guerra total” para acabar com “todas as fortalezas do inimigo, incluindo em solo americano”.

Esta nova escalada na retórica entre Coreia do Norte e Estados Unidos surge depois de um relatório norte-americano da Agência de Informação de Defesa revelado pelo Washington Post na terça-feira concluir que Pyongyang já consegue produzir ogivas nucleares miniaturizadas para serem transportadas por mísseis balísticos intercontinentais. Este é considerado um dos passos mais importantes do programa nuclear norte-coreano e que a generalidade dos analistas julgava estar ainda longe do alcance do regime liderado por Kim Jong-un.

A miniaturização de ogivas nucleares representa um avanço considerável no programa nuclear norte-coreano, abrindo a possibilidade de o regime poder armar com uma bomba nuclear mísseis de longo alcance, capazes de atingir uma distância superior a seis mil quilómetros.

No fim-de-semana, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade novas sanções contra o regime norte-coreano, que visam penalizar Pyongyang pelos dois testes de mísseis intercontinentais realizados em Julho. Os ensaios vieram demonstrar a capacidade de a Coreia do Norte conseguir atingir grande parte do território norte-americano.

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