Incêndio de Londres: autoridades confirmam 58 mortes

Número de vítimas ainda pode aumentar.

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Reuters/HANNAH MCKAY

O comandante da Polícia Metropolitana de Londres, Stuart Cundy, afirmou este sábado que pelo menos 58 pessoas são agora dadas como mortas após o incêncio de quarta-feira num prédio de habitação no bairro de Kensington. Este número já inclui as 30 mortes anteriormente confirmadas.

O comandante confirmou que a primeira vítima mortal a ser identificada era o refugiado sírio Mohammad al-Haj Ali, conforme foi noticiado na quinta-feira. As buscas foram suspensas na sexta-feira, por receio de que a entrada no edifício não seja segura, garantiu o comandante da polícia londrina. Nessas buscas foram retiradas do edifício de 24 andares 15 pessoas (das 58 pessoas mencionadas por Cundy), posteriormente levadas para a morgue — lá encontra-se um outro corpo de uma pessoa que morreu no hospital. Dezanove pessoas continuam internadas, dez das quais em estado crítico. O comandante alertou que o número de mortos “pode aumentar”, pedindo a quem tenha conseguido escapar ao incêndio que alerte as autoridades de que se encontra a salvo. 

Segundo o Telegraph, o número de mortes poderá ainda ascender aos 100, uma vez que muitos dos cerca de 500 moradores do prédio continuam desaparecidos. Há famílias inteiras cujo paradeiro é desconhecido, incluindo uma família de cinco pessoas (marido, mulher e três filhas) oriunda do Líbano que vivia no 24.º andar do edifício. Na sexta-feira, as autoridades inglesas admitiram que algumas das vítimas podem nunca vir a ser identificadas e que a investigação poderá demorar semanas.

Neste sábado, a rainha Isabel II caracterizou o ambiente que se vive no Reino Unido como um “estado de espírito nacional muito sombrio”, considerando que houve “uma sucessão de terríveis tragédias”. Em poucos meses, o Reino Unido foi alvo de três atentados (dois em Londres e o outro em Manchester) e, agora, de um incêndio. No palácio de Buckingham, fez-se um minuto de silêncio em memória das vítimas.

A indignação tem transformado a tragédia numa crise política, uma evidência de que os cortes orçamentais têm afectado a classe média e os mais desprotegidos. Na sexta-feira, Theresa May esteve presente no local do incêndio para anunciar a disponibilização de um fundo de emergência para os sobreviventes, prometendo que seriam realojados no prazo de três semanas. Mas a primeira-ministra foi obrigada a sair sob forte escolta policial depois de ter sido apupada pelos presentes.

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