Sede da Caixa vai passar a ser só para o Governo

O futuro dos funcionários que ainda estão na sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ainda não está fechado, mas os planos do Governo são concentrar todos os ministérios no edifício. E não só. Ao PÚBLICO e Renascença, Mariana Vieira da Silva detalha que nos planos está também a transferência dos organismos centrais da administração pública.

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Mariana Vieira da Silva afirma que a intenção a longo prazo é ocupar todo o edifício Daniel Rocha

O Governo quer ocupar a totalidade do edifício que actualmente alberga a sede da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa. A possibilidade já tinha sido assinalada pelo presidente executivo do banco público, Paulo Macedo, mas Mariana Vieira da Silva confirma agora em entrevista ao PÚBLICO e à Renascença a intenção de concentrar no imponente edifício da Avenida João XXI todos os ministérios (e não apenas dos que estão sob alçada da Presidência) no complexo de 173.600 metros quadrados de área útil.

Além dos ministérios, o executivo socialista planeia levar para esta sede os organismos centrais da administração pública. Mais do que uma mudança de morada, o objectivo é aumentar a eficácia do Governo, explica a governante. Por conhecer está o futuro dos trabalhadores do banco que ainda ocupam parte dos pisos disponíveis, bem como o que acontecerá aos edifícios do Governo que ficarão vazios após a mudança.

Quando duas equipas ministeriais precisam de fazer uma reunião isso muitas vezes implica atravessar a cidade. Isso deixará de acontecer”, diz a ministra, dando como exemplo os encontros do Conselho de Ministros, que passarão a exigir apenas aos ministros que desçam (ou subam) um piso em vez de se deslocarem pela cidade.

Questionada sobre os gastos e poupanças associados à transferência dos ministérios do Governo para o edifício que actualmente alberga a sede da Caixa Geral de Depósitos, Mariana Vieira da Silva responde que “a contabilização dos ganhos depende do ritmo de ocupação do edifício e da forma como é ocupado” e recusa que exista falta de transparência. “Calcular todas as dimensões em que pode haver poupanças implica um trabalho que está neste momento em curso. Como não poderia deixar de ser, será público, conhecido e passível de ser debatido”, garante.

O compromisso que temos é que até ao fim deste ano comecem a mudar”, reitera, avisando que o calendário será demorado “porque exige que as pessoas que actualmente trabalham no edifício tenham outro edifício para trabalhar”.

Além dos ministérios, Mariana Vieira da Silva detalha que o Governo planeia concentrar também as secretarias-gerais ou os gabinetes de Estatística e de Planeamento. Quanto ao futuro dos edifícios onde actualmente estão os diversos ministérios não há certezas. “Ainda não é fácil dizermos exactamente que edifícios ficarão libertos”, disse, admitindo que pode haver alienação.

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