Torne-se perito

Morreu Vasco Granja, o pioneiro da divulgação do cinema de animação e da banda desenhada em Portugal

Os desenhos animados
e os heróis aos quadradinhos entraram na vida de várias gerações graças a Vasco Granja. Morreu ontem
de madrugada em Cascais

a Vasco Granja, divulgador de banda desenhada e do cinema de animação em Portugal, morreu na madrugada de segunda-feira numa casa de saúde em Cascais. Tinha 83 anos. O corpo está em câmara-ardente na capela da Damaia e segue hoje para o cemitério de Rio de Mouro às 15 horas, onde será cremado.José Garcês, autor de banda desenhada, foi o último amigo a vê-lo vivo, há cerca de 10 dias. Encontrou-o já muito debilitado e só a espaços parecia reconhecer as pessoas.
Outro criador de banda desenhada, José Ruy, foi colega de trabalho de Granja na Bertrand. "Ele estava na secção de publicidade e eu na sala de desenho, que era ao lado. Criámos logo boa relação, pois tinha muito sentido de humor e manifestava um enorme entusiasmo pela banda desenhada franco-belga". Recorda-
-o também em situações menos convencionais: "Ele era macrobiótico e passava a hora de almoço a dar voltas ao quarteirão e a comer amendoins. Brincávamos com isso".
O estudioso de BD Leonardo de Sá tinha 16 anos quando conheceu Vasco Granja. "Ele aparecia no recém-criado Clube Português de Banda Desenhada com material que importava do estrangeiro e deixava em depósito. Era um tipo muito convivial."
Artur Correia, autor de BD e de cinema de animação, realça "o coração extraordinário" de Vasco Granja - "ele dava o melhor de si para ajudar os amigos" -, que conheceu no Festival de Annecy (cinema de animação, França) em 1967: "Fomos de Portugal no meu Volkswagen para receber o prémio pelo melhor filme publicitário, com O Melhor da Rua, e, quando chegámos, ele já lá estava."
Todos são unânimes em realçar a importância de Vasco Granja na divulgação da banda desenhada e da animação.
"Introduziu o termo banda desenhada em Portugal", lembra José Ruy. E fala da presença televisiva de Vasco Granja, que "aproveitou os programas sobre cinema de animação para introduzir a BD portuguesa junto do grande público". Artur Correia concorda e fala do "apoio" dado à criação portuguesa nos festivais de Lucca (BD, Itália) e Cinanima (animação, Portugal): "Nós brincávamos pedindo-lhe para não passar apenas filmes do Leste e ele lá ia buscar um Tex Avery ou um filme do Norman McLaren. Ensinava como se podia fazer um filme e lançou muita gente." Já para Leonardo de Sá, Granja "desempenhou um papel importante ao aparecer numa altura em que não havia praticamente mais ninguém a falar de banda desenhada nos jornais".
Cineclubista e militante
Autodidacta e com múltiplos interesses culturais ao longo da sua vida, Vasco Granja nasceu em Campo de Ourique (Lisboa) a 10 de Julho de 1925. Começou a trabalhar, ainda muito novo, nos antigos Grandes Armazéns do Chiado, e depois ao balcão da Tabacaria Travassos, na Baixa lisboeta - "a minha universidade", disse anos mais tarde.
No início da década de 50, envolve-
-se no movimento cineclubista, tendo desempenhado funções directivas no Cine-Clube Imagem. Granja foi preso pela primeira vez pela PIDE em Novembro de 1954, quando militava clandestinamente no PCP. Esteve preso sem julgamento seis meses.
Datam de 1958 os seus primeiros artigos sobre o cinema de animação, nomeadamente na sequência da descoberta dos filmes experimentais do canadiano Norman McLaren. No início da década de 60, arranja trabalho na Livraria Bertrand, onde se manteve até à reforma, em 1990.
É preso de novo em 1963, julgado e condenado a 18 meses de prisão.
O seu nome está associado à divulgação da BD em Portugal. Utiliza esta expressão pela primeira vez num artigo publicado pelo Diário Popular em 19 de Novembro de 1966.
Integra a equipa fundadora da revista francesa de crítica e ensaio de banda desenhada Phénix, nos anos 60, e participa regularmente no Salone Internazionale dei Comics, em Lucca (Itália), o mais importante encontro do género nos anos 70. Intensifica a divulgação da banda desenhada a partir do aparecimento da Tintin portuguesa, em Junho de 1968.
Mas a presença televisiva de Vasco Granja, que moldou o gosto cultural de várias gerações, deu-lhe outra projecção e visibilidade. Depois de 25 de Abril de 1974, mantém uma presença regular na RTP até 1988, com os programas Cinema de Animação (1974-1976), Mestres da Animação (1977-1984) e Imagem e Imagens (1985-1988), num total de mais de 1000 emissões. Infelizmente, o registo completo desses programas não existe, pois eram compostos por peças (os chamados filmes em trânsito) que não podiam voltar a ser emitidas.
Dui te tem auguerit augueros niat ing exero dolorerit incin utat in heniamconsed magna feum estionum nulputatie ming essenibh er sisi.
Lorem ipsustin ulputat. Duis nonullan volor sit loreet, conum venim zzriusci tie commolut la aliquat, sit ametue volobor ercil del iriure diam, venim quisit, sustio od dolobor riure et, consequation utat. Ut ectet lor sisis exeriusto conse dolore dui tatuerilla faccums ndrem vel digna faci blandionsed minit praesto odip essenim vullandit la feu feu faccum nim quat nummy niamet lum in exerosto.
Lore elis accum ipit lut landre feugait augiate commolobore vullan henis alis exero ercil ut
Dui te tem auguerit augueros niat ing exero dolorerit incin utat in heniamconsed magna feum estionum nulputatie ming essenibh er sisi.
Lorem ipsustin ulputat. Duis nonullan volor sit loreet, conum venim zzriusci tie commolut la aliquat, sit ametue volobor ercil del iriure diam, venim quisit, sustio od dolobor riure et, consequation utat. Ut ectet lor sisis exeriusto conse dolore dui tatuerilla faccums ndrem vel digna faci blandionsed minit praesto odip essenim vullandit la feu feu faccum nim quat nummy niamet lum in exerosto.
Lore elis accum ipit lut landre feugait augiate commolobore vullan henis alis exero ercil ut

Sugerir correcção