O genro de Trump diz que "não conspirou" com a Rússia

Jared Kushner ouvido esta segunda-feira no Senado e terça-feira na Câmara dos Representantes.

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“Deixem-me ser claro: não conspirei, nem conheço ninguém na campanha que tenha conspirado com a Rússia Joshua Roberts/REUTERS

O genro do Presidente dos Estados Unidos e conselheiro principal de Donald Trump na Casa Branca, Jared Kushner, garantiu "não ter conspirado" com a Rússia durante a campanha eleitoral do ano passado, nem ter usado dinheiro russo para os seus negócios. Fê-lo numa declaração pública de 11 páginas, e numa curta declaração lida em conferência de imprensa sem direito a perguntas dos jornalistas, depois de ter passado duas horas a responder a perguntas no Senado, numa sessão à porta fechada, na comissão que investiga a interferência russa nas presidenciais de 2016.

"Deixem-me ser claro: não conspirei, nem conheço ninguém na campanha que tenha conspirado com a Rússia", declarou Kushner, de 36 anos, casado com a filha mais velha do Presidente, Ivanka Trump. "Quaisquer sugestões noutro sentido só tornam ridículos quem as proferem", afirmou, sem abdicar de uma posição altaneira. "Sempre preferi deixar para outros o perfil público", disse.

Terça-feira será a vez da comissão do Câmara dos Representantes que está também a investigar a interferência russa na campanha eleitoral norte-americana interrogar Jared Kushner sobre os seus contactos não declarados com diplomatas e homens de negócios russos – durante a campanha e também durante o período de transição entre Barack Obama e Donald Trump, quando estaria interditado de ter este tipo de contactos.

De acordo com a declaração de 11 páginas que Kushner divulgou, teve quatro reuniões com russos, "durante e após da campanha", mas diz que não fez nada de ilegal. Não menciona, no entanto, a reunião com a advogada russa Natalia Veselnitskaia em Junho do ano passado, em que estava presente o filho mais velho do Presidente, Donald Trump Jr., e em que ela teria oferecido material comprometedor em relação a Hillary Clinton, a candidata democrata que Trump enfrentaria nas urnas.

O filho de Trump e também Paul Manafort, o ex-director da campanha do Presidente com grandes ligações à Ucrânia e à Rússia, deveriam também prestar declarações no Congresso quarta-feira, mas esses testemunhos foram adiados, enquanto os advogados negoceiam qual a documentação que poderá ser admitida como prova.

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