Portugal quer melhorar desempenho de 2015

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Alexis Santos xx direitos reservados

O Campeonato do Mundo de natação contará com a presença de atletas portugueses pela 15.ª vez. Excluindo as duas primeiras edições da prova, disputadas em Belgrado e em Cali, Portugal fez-se sempre representar na competição e, desta vez, em Budapeste, a comitiva nacional é composta por uma dúzia de atletas: sete em natação pura, três em natação sincronizada e dois em águas abertas. Na natação pura, que teve início neste domingo na Arena Danúbio, os objectivos estalecidos pela Federação Portuguesa de Natação (FPN) passam pela obtenção de, pelo menos, dois lugares entre os 16 primeiros.

Desde que, em 1978, em Berlim, Portugal fez-se representar por cinco atletas na 3.ª edição do Mundial, o resultado de maior relevo alcançado por um português foi obtido em Madrid, por Alexandre Yokochi, em 1986: 5.º lugar nos 200 metros bruços. Repetir na Hungria o feito conseguido pelo melhor nadador português de todos os tempos é uma utopia e a meta realista da comitiva nacional aponta para a colocação de atletas no "top-16".

Apesar de apenas neste domingo serem dadas as primeiras braçadas na natação pura, os mundiais de natação arrancaram dia 14 com resultados positivos para a comitiva portuguesa. Logo no primeiro dia de competição, na natação sincronizada, o dueto técnico composto por Cheila Vieira e Maria Beatriz Gonçalves ultrapassou, pela primeira vez na história da natação nacional, os 70 pontos num Mundial, atingindo a meta estabelecida de melhorar o desempenho de há dois anos, em Kazan. Nas águas abertas, Angélica Vieira e Vânia Neves terminaram os 10 km em 35.º e 41.º lugar, resultados que foram melhorados nos 5 km: Angélica Vieira foi 19.ª; Vânia Neves terminou em 25.º.

Na natação pura, Portugal tentará melhor a performance de 2015: estiveram presentes cinco nadadores, que competiram em 13 provas. Diogo Carvalho, nos 200 metros estilos, foi o único a conseguir atingir as meias-finais. Medalha de bronze no Europeu de Londres e semifinalista nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, provas disputadas no ano passado, Alexis Santos é um dos principais trunfos portugueses. O nadador do Sporting bateu este ano o recorde nacional dos 200 metros estilos, tornando-se o primeiro português a baixar dos 1m59s, e tem a 17.º melhor do mundo do ano. No seu terceiro Mundial de piscina longa, a presença na meia-final deverá ser atingida com naturalidade.

A primeira portuguesa a entrar em acção foi Victoria Kaminskaya. A atleta do Estrelas de São João de Brito chegou a Budapeste num excelente momento - estabeleceu esta época seis recordes nacionais absolutos – e começou por competir nos 200 metros estilos, mas falhou o apuramento para a final sendo a oitava na segunda série e 24.ª no global com 2m14,33s. No entanto, Kaminskaya terá mais hipóteses de atingir a meia-final na prova de 400 metros. Um pouco melhor fez Diana Durães nos 400m livres, vencendo a sua série, a segunda, ao nadar em 4m10,07s, tempo que lhe conferiu o 13.º posto global, falhando, mesmo assim, um lugar entre as oito nadadoras que vão participar na final.

Campeã europeia de juniores em 2016 nos 1500 metros livres, Tamila Holub tem francas hipóteses de conseguir um lugar perto dos dez melhores se nadar ao nível do seu recorde nacional: 16m20s80. Nos primeiros mundiais de piscina longa, Diana Durães apostará forte nos 800 metros livres. Outro estreante é Gabriel Lopes, que terá de se concentrar nos 100 metros costas, depois de ficar de fora da sua especialidade (200 metros estilos), por ter pior tempo do que Alexis Santos e Diogo Carvalho – apenas podem concorrer dois atletas por país em cada prova.

Miguel Nascimento, se estiver ao seu melhor nível, pode sonhar com um lugar no "top-16" dos 200 metros mariposa, enquanto Guilherme Pina, que nos recentes campeonatos nacionais quebrou o recorde dos 1500 metros livres, terá como principal objectivo melhorar esse tempo alcançado em Março.

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