Auditoria à Segunda Circular, anunciada em Setembro, só vai estar pronta em Junho

Em causa estavam suspeitas de “conflito de interesses” relativas à empresa que elaborou o projecto de pavimentos.

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Nuno Ferreira Santos

A auditoria ao processo de requalificação da Segunda Circular, que a Câmara Municipal de Lisboa anunciou em Setembro do ano passado, só deverá estar pronta “nos primeiros quinze dias de Junho”. Questionado por Os Verdes na assembleia municipal, o vereador das Finanças justificou a demora com a complexidade do assunto.

A decisão de mandar fazer uma auditoria foi tomada pelo presidente da câmara, Fernando Medina, a 2 de Setembro de 2016, quando a autarquia suspendeu as empreitadas de requalificação da Segunda Circular. O autarca disse na ocasião que havia suspeitas de “conflito de interesses” relativas à empresa que elaborou o projecto de pavimentos – e que, ao mesmo tempo, é fornecedora de um dos componentes de obra que propôs.

Em Fevereiro, o vereador das Finanças disse que a auditoria só tinha começado no fim do ano passado e que a mesma estaria pronta no fim de Abril. “Fomos à procura de peritos, do melhor que havia, e encontrámos”, afirmou João Paulo Saraiva naquele momento.

Esta terça-feira, uma deputada de Os Verdes trouxe o assunto à assembleia municipal. “Estamos quase no final de Maio e até agora não há informações sobre essa auditoria”, disse Cláudia Madeira, que perguntou “se a auditoria já está concluída e quais as conclusões”.

O vereador das Finanças respondeu que, de facto, “o prazo que estava acordado” era o final de Abril, mas teve de ser prorrogado. “Em face do volume documental e dos esclarecimentos que [os peritos] foram pedindo, pediram mais um mês e esse mês foi-lhes dado”, explicou João Paulo Saraiva. O eleito garantiu que os trabalhos estarão concluídos “nos primeiros quinze dias de Junho”.

Quando foi anunciada a auditoria, Fernando Medina disse que ela se destinava a “apurar todos os factos e responsabilidades” sobre o processo. O autarca admitiu mesmo enviar as conclusões de tal inquérito à Autoridade da Concorrência, à Ordem dos Engenheiros e ao Ministério Público.

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