Violência na Venezuela já matou 27 pessoas

Nada parece fazer cessar a maior onda de contestação a Nicolás Maduro desde 2014.

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Esta quarta-feira foi um novo dia de protestos em Caracas. Reuters/CARLOS GARCIA RAWLINS

Um mês de revolta na Venezuela já vitimou mortalmente 27 pessoas, de acordo com a procuradoria-geral de Caracas, citada pela Reuters. Pelo menos 11 das mortes ocorreram na pilhagem de lojas. Christian Ochoa, um jovem de 22 anos, é a mais recente vítima – o manifestante foi baleado mortalmente, na terça-feira, durante um protesto na cidade de Valencia.

A actual vaga de protestos contra Nicolás Maduro é a maior e a mais violenta desde 2014. O agravamento da crise económica fez multiplicar os apelos ao fim do regime socialista que dura há duas décadas. Mais de 1.500 pessoas foram detidas ao longo do mês e cerca de 800 permanecem atrás das grades.

Para além de eleições antecipadas, os manifestantes exigem ajuda humanitária para fazer face à escassez de alimentos e medicamentos, bem como a libertação de opositores políticos.

“Eu quero que tudo acabe: a fome, os assassínios, a corrupção, todos os males que temos sofrido. Temos de continuar nas ruas até haver mudança. Somos a maioria”, disse Ricardo Ropero, um estudante de 29 anos, entrevistado pela Reuters nas ruas de Caracas.

A capital venezuelana também foi palco de manifestações de apoio a Maduro por parte de militantes vestidos de vermelho, que acusam a oposição de terrorismo.

A oposição acusa Maduro de assumir poderes ditatoriais e de lançar uma vaga de repressão sobre manifestantes que participam em protestos pacíficos. No entanto, nota a Reuters, a oposição também inclui nas suas fileiras grupos de jovens que cometem actos de vandalismo.

Eleito em 2013 com uma vitória tangencial sobre Henrique Capriles, Nicolás Maduro enfrenta desde então uma crise de popularidade devido à crise económica. Em Março, apenas 21,4% dos inquiridos pela Datanalisis aprovavam a actuação do sucessor de Hugo Chávez.

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