A detenção de Olga Lozina tornou-se um ícone dos protestos de Moscovo

Levantada do chão como um fardo pela polícia, a jovem foi presa sem sequer ter participado na manifestação promovida por Navalni.

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O momento da detenção MAXIM SHIPENKOV/EPA

A fotografia de Olga Lozina a ser detida em Moscovo tornou-se um dos símbolos dos protestos contra a corrupção de Moscovo, em que pelo menos 500 pessoas foram detidas, entre as quais o líder da oposição Alexei Navalni e o correspondente do jornal britânico The Guardian Alec Luhn.

Levantada do chão pelos pés e pelos braços, como se fosse um embrulho, por polícias antimotim, a jovem que que se apresenta como “formada num instituto de Física e Tecnologia” contou a um repórter do site Medusa que tinha ido a um McDonald’s na Praça Pushkin, no centro de Moscovo, com a mãe, e que iam para o metro. Mas a polícia bloqueou-lhes o caminho, e depois foram encurraladas pelos próprios manifestantes.

“A polícia criou artificialmente grandes multidões, obrigando as pessoas a dirigir-se para algumas ruas”, explicou, na esquadra para onde foi levada. Nessas aglomerações de pessoas, a polícia antimotim começava subitamente a prender os manifestantes, que protestavam contra a corrupção do regime de Vladimir Putin.

“Prenderam a minha mãe. E depois a minha irmã. Eu fui atrás deles, e sem perceber como, acabei por ser detida”, contou Olga Lozina.

“Não posso dizer que fui agredida. Carregaram-me de forma delicada. Se me dissessem porquê, eu iria pelo meu pé. Mas nem tive oportunidade de perguntar. Fomos atirados para uma carrinha da polícia, que estava muito quente – estavam lá 32 pessoas. E levaram-nos para a esquadra de Cheriomushki, sem nos dizer nada, nem sequer se seríamos libertados.”

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