PSD e CDS desvalorizam “sucesso” da emissão obrigacionista da Caixa

Partidos da oposição fazem uma avaliação negativa da operação.

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LUSA/Tiago Petinga

O PSD e o CDS criticaram a emissão obrigacionista da Caixa Geral de Depósitos (CGD), anunciada esta manhã, e relativizam o “sucesso” da operação. O líder do PSD aproveitou a sessão de encerramento de uma conferência sobre Cultura e Património para rebater a acusação lançada pelo primeiro-ministro que responsabiliza o anterior Governo pela situação actual da banca.

"O que é intolerável é que o primeiro-ministro entenda dizer que este preço que vamos pagar, que é elevadíssimo, resulta, imaginem, de o Governo anterior ter iludido os problemas da banca", criticou Passos Coelho, citado pela Lusa. O líder dos sociais-democratas devolveu a responsabilidade a António Costa: "É dele a decisão de fazer uma emissão obrigacionista perpétua em que vai pagar quase 11% de juros para que isto não tenha impacto no défice e para que o Governo possa dizer que a operação foi um sucesso, mas a culpa tem de ser minha, não é dele, que tomou a decisão”.

Relativamente à operação em si, Passos Coelho considerou que “os fundos que financiaram a emissão de obrigações feita esta quinta-feira vão receber sempre quase 11% de juros sobre o dinheiro que vão emprestar". E criticou: "Fazer sucessos à custa do dinheiro dos outros é fácil".

Onde estão os deputados do PCP e do BE?

A operação lançada nesta quinta-feira pelo banco público também mereceu uma “avaliação negativa” por parte do porta-voz do CDS, João Almeida. Alertando para a ideia de que o “sucesso da operação tem de ser relativizado”, o deputado lembrou que PS, PCP e BE criticaram o financiamento da CGD feito no passado, quando, agora, “esta emissão é muito pior, é incoerente com o que foi dito” pelos partidos que agora apoiam o Governo. “Onde estão os deputados do PCP e BE para denunciar [aquilo a que chamavam] os 'fundos-abutres'? Onde estão, para perguntar se a operação é na praça do Luxemburgo”, questionou, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

O porta-voz do CDS não tem dúvidas de que a operação foi vendida “como um grande sucesso”, mas “começa a custar aos contribuintes” e irá “agravar os prejuízos da Caixa”.

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