Temos fotografias dos planetas extra-solares?

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Visão artística de um planeta em órbita de uma estrela chamada GJ 436, situada a 33 anos-luz de distância NASA/JPL/Caltech

Temos fotografias dos planetas extra-solares?
Não propriamente, porque as pouquíssimas imagens que existem resumem-se a uns pequenos pontos pretos, quando um planeta passa à frente do disco de uma estrela. Os planetas que já conhecemos em redor de outras estrelas não foram detectados com fotografias como as que podemos obter de Marte aqui ao lado ou, mais longe no nosso sistema solar, de Júpiter ou Saturno. Para detectar planetas extra-solares, os cientistas têm de se socorrer de outros métodos. Um dos mais usados é o chamado “método dos trânsitos”: a presença de um planeta em órbita de uma estrela é detectada quando ele passa à frente dela e, a cada passagem, lhe rouba periodicamente um pouco de luz, denunciando-se assim. Embora haja mais métodos, outro dos mais usados para descobrir planetas-extra-solares é o das ditas “velocidades radiais”: a gravidade de um planeta também tem influência na sua estrela, fazendo-a oscilar ligeiramente à medida que anda à volta dela. São estes sinais – variações ligeiríssimas nos picos de luz e na oscilação da velocidade das estrelas captados pelos telescópios – que, naqueles casos, indicam que há planetas. Portanto, não os vemos (infelizmente) em fotografias.

Os mais de 3500 planetas extra-solares já descobertos, desde 1995, localizam-se onde?
Encontram-se todos em órbita de estrelas na nossa galáxia, a Via Láctea. Para os vermos noutras galáxias, ainda não existem telescópios que consigam detectar objectos tão pequenos como planetas, que para mais praticamente não têm luz própria.

E porquê procurar planetas à volta de estrelas anãs?
Os cientistas querem encontrar planetas do tipo terrestre – leia-se, rochosos como a Terra, em vez de gasosos como Júpiter. Todos queremos saber se há outras Terras, com formas de vida e até vida inteligente, por aí pelo imenso Universo. Só que enquanto os planetas gasosos são gigantes, logo mais fáceis de detectar, os terrestres são mais pequenos.

E como os métodos de detecção se baseiam sobretudo na influência que os planetas têm na sua estrela, para assim os descobrirmos, se um planeta é muito pequeno torna-se ainda mais difícil destrinçar a sua interferência numa estrela grande ou até de tamanho médio, como o nosso Sol. Em estrelas anãs, onde agora se descobriram sete planetas do tamanho da Terra, é assim possivelmente um pouco mais fácil. Como são pequenas, um eventual planeta que lhe passe à frente, por exemplo, tapar-lhe-á uma parte maior sua superfície, o que ajudará à detecção.

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Variação de brilho da estrela Trappist-1 durante 20 dias: as estruturas esburacadas são causadas pela passagem dos planetas à frente dela ESO/M. Gillon et al.
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