Cinco escolhas para um ano

O crítico Augusto M. Seabra escolhe alguns acontecimentos imperdíveis do Ano Britânico da Casa da Música.

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Harrison Birtwistle, compositor residente do Ano Britânico da Casa da Música DR

Retrato de um compositor

Começa o Ano Britânico, começa o Portrait do compositor em residência, Harrison Birtwistle, com duas das suas obras maiores: Earth Dances, que a Orquestra Sinfónica do Porto (OSP) e o Coro Casa da Música apresentam já esta sexta-feira, patenteia a influência de Stravinski; Theseus Game, para dois maestros e grande ensemble, que o Remix apresentará em estreia nacional no sábado, indicia a concepção teatral que está subjacente à sua produção.

Uma Páscoa britânica

Duas obras sacras do notável compositor em associação, James Dillon (Stabat Mater Dolorosa; Via Sacra), e o primeiro e instrumental Requiem do maior compositor britânico do século XX, Benjamin Britten, obra dolorosa escrita durante a Segunda Guerra Mundial, antecipam a Páscoa em dois concertos, a 4 e a 8 de Abril.

Os Proms da polémica

O habitual ciclo de Música e Revolução, por alturas do 25 de Abril, é este ano dedicado a obras que causaram escândalo quando das apresentações nos concertos Promenade, com destaque, a 21 de Abril, para autores como Peter Maxwell Davis (Antechrist) e Harrison Birtwistle (Panic), estes de resto integrando uma denominada Manchester School que introduziu o modernismo musical na Grã-Bretanha a partir dos anos 60.

A consagração de Britten

Não podia faltar num Ano Britânico a grande obra coral-sinfónica de Britten, o War Requiem escrita para a consagração da Catedral de Coventry, destruída durante a guerra – deploração de um autor pacifista que pretendeu ter como solistas cantoras de nacionalidades envolvidas no conflito, Grã-Bretanha, União Soviética e Alemanha. O Coro Nacional de Espanha junta-se à OSP neste concerto de 1 de Outubro.

A era Tudor

Há dois anos os Tallis Scholars ofereceram-nos um inolvidável concerto de polifonia portuguesa. Voltam agora, a 14 de Novembro, com o repertório da sua mais directa vocação, o da era Tudor, curiosamente não incluindo nenhuma obra do seu “patrono”, Thomas Tallis, mas com um programa que inclui uma das magníficas missas de William Byrd.

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