Ordem dos Arquitectos com as eleições mais disputadas dos últimos anos

Com três candidatos a presidente, os arquitectos vão poder votar electronicamente pela primeira vez. Teresa Novais, Rui Alexandre e José Manuel Pedreirinho respondem ao inquérito do PÚBLICO.

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Os três candidatos: José Manuel Pedreirinho, Teresa Novais e Rui Alexandre dr

São seis as listas que vão esta sexta-feira concorrer às eleições para a Ordem dos Arquitectos (OA), mas só três apresentam candidatos à presidência desta associação profissional. Os arquitectos José Manuel Pedreirinho (lista A), Rui Alexandre (lista B) e Teresa Novais (lista C) disputam a liderança do conselho directivo nacional, naquelas que devem ser as eleições mais disputadas em anos não só devido ao número de listas apresentadas, com um total de 97 candidatos, mas também por ser utilizado pela primeira vez o voto electrónico.

Teresa Novais, 54 anos, tem escritório no Porto, o atelier aNC, que divide com Jorge Carvalho, tendo sido a equipa local que assistiu Rem Koolhaas na Casa da Música. José Manuel Pedreirinho, 66 anos, tem atelier em nome próprio em Lisboa, e foi director da Arca (Escola Universitária das Artes de Coimbra). Por último, Rui Alexandre, 56 anos, que terminou agora o segundo mandato como presidente do conselho regional do sul da OA, é funcionário público do Porto de Lisboa, onde faz gestão de território. 

Num inquérito que fizemos aos três candidatos, Teresa Novais diz que o exercício da profissão vive hoje um paradoxo: "Por um lado a sociedade celebra a excelência da arquitectura portuguesa, por outro não lhe reconhece valor social e económico". A arquitecta defende que o desafio da OA "é político e de afirmação pública", ao mesmo tempo que Rui Alexandre afirma que as expectativas da classe em relação ao futuro da OA se prendem "com a capacidade de agir" e "de falar a uma só voz". Tal como os seus colegas, José Manuel Pedreirinho fala da crise económica que reduziu drasticamente a encomenda pública e privada, mas identifica também as dificuldades com o "grande aumento" do número de arquitectos. 

O actual presidente, João Santa-Rita, não se recandidata à liderança (é um dos 21 candidatos efectivos, pela Lista C, à assembleia de delegados). Nas últimas eleições, há três anos, Santa-Rita foi o único candidato à presidência. Foi eleito com mil votos entre 16.917 membros.

Se nesta sexta-feira os 23.197 membros da OA inscritos nos cadernos eleitorais podem depositar, presencialmente, o voto nas duas secções regionais, em Lisboa e no Porto (entre as 15h e as 20h), a votação começou electronicamente a 16 de Janeiro. Os resultados serão conhecidos ainda na noite desta sexta-feira, provavelmente até às 22h.

A lista A é a única que se candidata a todos os órgãos da OA: a norte apresenta Cláudia Costa Santos como candidata à presidência dos órgãos regionais, enquanto a sul propõe Paula Torgal. Já a lista B só concorre a sul com Paulo Tormenta Pinto e a lista C não apresenta candidatos regionais.

Há três listas que só apresentaram candidatos aos órgãos regionais: a listas D e F propõem para presidente do conselho directivo do norte José António Barbosa e Pedro Baía, respectivamente; já a lista E concorre ao mesmo cargo a sul com Paulo Serôdio Lopes.

Até hoje, o acto eleitoral mais participado foi o relativo ao mandato de 2002-2004, em que Helena Roseta ganhou a presidência, numas eleições disputadas com Manuel de Queiroz e Leopoldo Criner, com 1618 votos, tendo havido uma participação de 33,7%.

Com Sérgio C. Andrade

Notícia actualizada dia 20 de Janeiro: esclarece que João Santa-Rita é candidato à assembleia de delegados)

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