16 sem-abrigo acolhidos no Hospital de Joaquim Urbano

Aos sem-abrigo que preferem manter-se na rua, a Câmara do Porto distribui mantas novas, alimentos e bebidas quentes.

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NELSON GARRIDO / PUBLICO

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse esta quarta-feira que, na última madrugada, foram acolhidos nas instalações do antigo Hospital de Joaquim Urbano 16 sem-abrigo devido às baixas temperaturas que se fizeram sentir.

"Ao início na noite tínhamos 15 e, depois, creio que os bombeiros de Gondomar ainda trouxeram mais uma jovem", referiu Rui Moreira, que falava à margem das I Jornadas Municipais de Saúde, que se realizaram no auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett.

Em declarações aos jornalistas, o autarca afirmou que estão criadas condições para "triplicar" a procura que existe neste momento, garantindo que, "se houver necessidade", serão disponibilizados outros espaços. "Temos identificadas mais ou menos 30 pessoas que poderão querer aderir, mas, se for preciso, arranjaremos outros espaços", sublinhou. Aos sem-abrigo que preferem manter-se na rua, a câmara distribui "mantas novas, alimentos e bebidas quentes".

"Estamos a incentivar a ida das pessoas para o abrigo, mas não obrigamos ninguém a ir", frisou, referindo que os bombeiros sapadores têm andado pela cidade "a identificar os casos e a perguntar se querem ir". Neste momento, "temos condições de alojamento, temos colchões, temos mantas, temos o espaço aquecido, temos distribuição de comida e temos médicos, se for necessário", acrescentou Rui Moreira.

A Câmara do Porto decidiu abrir as portas do Hospital de Joaquim Urbano desde terça-feira para acolher os sem-abrigo em risco devido às baixas temperaturas que se prevêem para os próximos dias. Para além daquele espaço, também a Estação de Metro do Bolhão estará aberta para acolher os sem-abrigo nas próximas noites.

No âmbito das Jornadas Municipais de Saúde, Rui Moreira disse que "a cidade do Porto precisa de fazer um trabalho junto das escolas e das famílias, chamando a atenção para aquilo que são as práticas saudáveis, mas, depois, também tem de proporcionar essas condições através de políticas públicas activas".

"O Porto tem uma excelente rede de cuidados de saúde, temos índices muito interessantes na mortalidade infantil, por exemplo, mas precisamos de ir mais longe neste trabalho", sublinhou. "Há aspectos que preocupam. Por exemplo, o alcoolismo jovem. Precisamos de políticas activas de cidade que, por um lado, contrabalancem as políticas sociais que existem e, por outro lado, garantam que o espaço público não só é saudável como pressupõe e promove as práticas saudáveis", concluiu.

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