PCP não desiste de aumentos de 10 euros para todas as reformas

Na Baixa da Banheira, Jerónimo de Sousa sublinhou que nem o PS nem o BE acompanharam o PCP nesta proposta.

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Jerónimo de Sousa adia um acordo sobre as pensões para a discussão na especialidade Rui Gaudencio / Publico

O PCP está a ponderar avançar na discussão da especialidade do Orçamento do Estado para 2017 com um aumento de dez euros nas reformas de todos os pensionistas e reformados, afirmou hoje Jerónimo de Sousa. O secretário-geral do PCP, que esteve em visita ao Centro de Saúde da Baixa da Banheira, na Moita, lembrou que a proposta de aumento de dez euros nas reformas foi feita pelo partido em Março.

"Não é a nossa proposta que vai estar em cima da mesa, mas chegámos aqui devido à proposta do PCP, pois tanto PS como BE não nos acompanharam nesse aumento geral de dez euros. Dá resposta a um universo de 85% de pensionistas e reformados, é um avanço, mas insuficiente", afirmou. Jerónimo de Sousa referiu que o PCP "sempre defendeu a valorização das carreiras contributivas", explicando que estiveram "congeladas durante quatro anos".

"Quem desconta para a segurança social tem a justa expectativa de quando chegar à reforma ter uma reforma digna. Estamos a ponderar avançar na especialidade para esse grande objectivo de que todos os reformados e pensionistas tenham aumento de dez euros", afirmou.

Em relação às palavras da líder do CDS-PP, que considerou na quinta-feira que o orçamento é de "austeridade", o secretário-geral do PCP disse que existe uma "contradição" nos partidos de direita. "O mesmo PSD e CDS que diziam que se estava a dar tudo a todos, que se estava a estragar o que foi feito, vem agora dizer que há mais austeridade. PSD e CDS não suportam a reposição de rendimentos e direitos e agora que as medidas se consolidam vem dizer, surpreendentemente, que é um orçamento de austeridade", disse. "Em relação ao aumento das reformas, o CDS absteve-se. Hoje, aparece armado em campeão a dizer que vai apresentar essa alternativa que não viabilizou", acrescentou.

Sobre as declarações de Pedro Passos Coelho, líder do PSD, ter afirmado que o partido pode vir a apresentar propostas, Jerónimo de Sousa disse que os sociais-democratas "não têm um rumo coerente". "O estado de negação perante o Orçamento do Estado anterior demonstrou que o PSD não tem um rumo coerente. Está amarrado à política desgraçada executada nos últimos quatro anos. Existe esta informação que se vai chegar à frente, agora veremos sobre o quê e em que matérias", afirmou.

Jerónimo de Sousa, que voltou a criticar os vencimentos na Caixa Geral de Depósitos, considerando que são "inaceitáveis fase à realidade do país", disse ainda que não vai passar nenhum cheque em branco ao Governo. "Vamos empenhar-nos para eliminar alguns aspectos mais negativos do orçamento e persistir nas nossas propostas, para seguir na linha de reposição de rendimentos e direitos, sabendo das limitações. Será esse trabalho na especialidade que determina o nosso posicionamento perante o orçamento. Fazemos o balanço final e votaremos em conformidade", explicou.

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