Até Stephen King está assustado com a candidatura de Donald Trump

Declaração subscrita por centenas de escritores transformou-se em petição e em apenas um dia já tem quase 9000 assinaturas.

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Donald Trump vai ser o candidato do Partido Republicano à Casa Branca Jonathan Ernst/Reuters

Quase 600 escritores norte-americanos, entre os quais Stephen King, Geraldine Brooks e Dave Eggers, assinaram uma declaração pública contra a candidatura de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Numa carta aberta, transformada em petição que já conta com quase 9000 assinaturas, os autores alertam que "a história das ditaduras é a história da manipulação e da divisão, da demagogia e das mentiras".

A declaração anti-Trump foi ideia de Mark Slouka e Andrew Altschul, depois de os dois escritores terem sentido a necessidade de "fazer alguma coisa publicamente, por mais insignificante que fosse", como explicou Slouka na sua página no Facebook.

"Há cerca de dez dias, devido a uma vontade de fazer ou dizer alguma coisa sobre a ascensão de Donald J. Trump, eu e o escritor Andrew Altschul escrevemos uma declaração de princípios. A nossa ideia era termos as assinaturas do maior número possível de escritores conhecidos e respeitados, para depois tornarmos a declaração pública através dos media e das redes sociais, e por fim torná-la acessível a toda a gente", escreveu Mark Slouka.

"Teria algum resultado? Não fazíamos ideia. Mas, pelo menos, podíamos fazer alguma coisa publicamente, por mais insignificante que seja."

So here's the thing: About ten days ago, the writer Andrew Altschul and I, out of desperation to do/say something about...

Posted by Mark Slouka on Tuesday, May 24, 2016

Desde que foi publicada, na terça-feira, a declaração já foi assinada por quase 600 escritores, e a petição a que deu origem contava com 8616 assinaturas por volta das 16h30 desta quarta-feira.

Os escritores sublinham que, nessa qualidade, são "particularmente sensíveis às muitas formas de abuso da linguagem em nome do poder", e defendem que "a riqueza e o grau de celebridade não qualificam ninguém para falar em nome dos Estados Unidos, para liderar o seu exército, para manter as suas alianças e para representar o seu povo".

"A ascensão de um candidato político que apela deliberadamente aos mais básicos e violentos elementos na sociedade, que encoraja os seus seguidores a serem agressivos, que manda calar os seus opositores, que intimida quem não concorda com ele e que denigre as mulheres e minorias exige, de cada um de nós, uma resposta imediata e forte", escrevem os autores e signatários do texto.

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