Pela quinta vez, Irão prolonga votação devido a grande afluência dos eleitores

Em 2012, os reformistas boicotaram em parte as eleições. Agora, há interesse em reforçar a posição do Presidente Hassan Rohani face aos conservadores.

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Dois eleitores fazem uma selfie com o dedo sujo de tinta, prova de que já votaram ATTA KENARE/AFP
Eleitora mostra o dedo marcado com tinta, sinal de que já votou
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Eleitora mostra o dedo marcado com tinta, sinal de que já votou ATTA KENARE/AFP
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Eleitores têm de colocar até 46 nomes nos boletins de voto Raheb Homavandi/REUTERS
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eleitores verificam lista de candidatos ATTA KENARE/AFP
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A conferir os documentos de identitidade BEHROUZ MEHRI/AFP

A votação nas eleições iranianas foi prolongada, até às 11h45 locais (21h15 em Lisboa), devido à grande afluência às urnas dos 55 milhões de eleitores iranianos que são chamados a escolher os 290 deputados do Parlamento e os 88 membros da Assembleia de Peritos, duas instituições até agora dominadas pelos conservadores.

Inicialmente, a extensão foi de duas horas, mas foi alargada por mais uma hora. Em Teerão, à hora de fecho inicialmente prevista, havia ainda longas filas para votar, relatam jornalistas das agências noticiosas ocidentais, e a televisão estatal mostrava multidões de eleitores nas cidades de Ahvaz e Shiraz que ainda não tinham votado.

Não é simples nem rápido votar nestas eleições, em que se escolhe a composição do próximo Parlamento e da Assembleia de Peritos, o organismo que, dada a idade avançada do ayatollah Ali Khamenei, pode ser chamada a eleger o próximo Supremo Líder. Cada eleitor tem de escrever até 46 nomes entre os candidatos que escolher.

Há quatro anos, nas últimas eleições, a taxa de participação foi de 64,2% em todo o país, e de apenas 48% em Teerão. Mas os reformadores boicotaram em parte o escrutínio de 2012, em protesto contra a reeleição, que consideraram fraudulenta, do Presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad em 2009.

Desta vez, a situação é diferente. Esta votação é vista como uma espécie de referendo ao Presidente moderado Hassan Rohani e ao acordo nuclear em que ele jogou todo o seu capital político. Centenas de candidatos foram excluídos à partida, mas reformistas e moderados juntaram forças, numa tentativa para inverter o domínio absoluto dos conservadores. O Presidente Rohani, eleito em 2013, espera obter uma maioria no Parlamento para lançar uma política de reformas económicas e sociais, antes do fim do seu mandato, em 2017.

Esta estratégia pode ser ainda mais importante na votação da Assembleia de Peritos. Os conservadores, de que faz parte o Supremo Líder ayatollah Ali Khamenei, têm por seu lado abordado estas eleições apelando ao voto dizendo que “é preciso derrotar os inimigos” do Irão pelo voto. 

Só 24 horas após o encerramento das urnas é que se esperam os primeiros resultados parciais destas eleições.

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