Christie e Fiorina, menos dois na corrida à Casa Branca pelo Partido Republicano

O governador de Nova Jérsia e a antiga presidente executiva da Hewlett-Packard tiveram péssimos resultados nas primárias do estado do New Hampshire.

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Chris Christie (em primeiro plano) e Carly Fiorina Mike Blake/Reuters

A corrida à Casa Branca no Partido Republicano ficou reduzida nas últimas horas a sete candidatos, depois de um máximo de 17 em Agosto do ano passado, quando começaram os debates televisivos. As duas baixas mais recentes são o governador de Nova Jérsia, Chris Christie, e a antiga presidente executiva da Hewlett-Packard Carly Fiorina, que era a única mulher no grupo.

"Durante a minha candidatura tentei reforçar aquilo em que sempre acreditei – que importa dizer o que se pensa, que a experiência importa, que a competência importa, e que tudo isto será sempre importante para liderar a nossa nação. Esta mensagem foi ouvida e apoiada por muitas pessoas, mas não as suficientes", admitiu o governador de Nova Jérsia.

I ran for president with the message that the government needs to once again work for the people, not the people work...

Posted by Chris Christie on Wednesday, February 10, 2016

Esta decisão já era esperada, depois de Christie ter terminado as primárias do New Hampshire num decepcionante 6.º lugar, com 7,4% dos votos, atrás de todos os outros candidatos vistos como possíveis representantes da ala mais moderada do partido – o governador do Ohio, John Kasich; o ex-governador da Florida Jeb Bush; e o senador da Florida, Marco Rubio.

Chris Christie teve vários momentos durante os debates televisivos em que parecia poder descolar e chegar ao topo das sondagens, mas nunca conseguiu sair do fundo. No fim-de-semana passado, antes das primárias no New Hampshire, Christie embaraçou o senador Marco Rubio durante um debate televisivo, apresentando-o como um robô, mas quem acabou por colher os frutos desse ataque entre o grupo dos candidatos mais moderados foram John Kasich e Jeb Bush.

O candidato mais votado no lado do Partido Republicano foi o magnata do imobiliário Donald Trump, cujo discurso populista não é bem visto nas altas esferas do partido. O mais moderado John Kasich ficou num distante 2.º lugar, à frente de um outro candidato que é visto de lado no Partido Republicano – o senador do Texas, Ted Cruz, um ultraconservador que terá dificuldades para atrair o eleitorado do centro nas eleições gerais, marcadas para Novembro.

Outra desistência que se esperava após os resultados no New Hampshire foi a de Carly Fiorina, a única mulher entre os candidatos do Partido Republicano e que em tempos chegou a ser vista como forte candidata à nomeação final.

"Apesar de suspender a minha candidatura hoje, vou continuar a viajar pelo país e a lutar pelos americanos que se recusam a acomodar-se à situação actual, na qual já não se revêem", afirmou a antiga presidente executiva da Hewlett-Packard.

This campaign was always about citizenship—taking back our country from a political class that only serves the big, the...

Posted by Carly Fiorina on Wednesday, February 10, 2016

Fiorina causou alguma sensação na campanha entre Setembro e Dezembro, quando conseguiu popularidade suficiente para começar a debater com os candidatos mais fortes (na altura, devido ao número de candidatos, as estações reservavam o horário nobre para os mais bem colocados nas sondagens e um outro debate, mais cedo, para os menos populares).

Tal como o senador Ted Cruz e o antigo neurocirurgião Ben Carson, Carly Fiorina fazia parte do grupo de candidatos mais afastados do centro, muito dependentes do voto religioso e ultraconservador em termos sociais, e também por isso vista como má escolha pela liderança do Partido Republicano e dos principais doadores, que preferem alguém com mais hipóteses de derrotar a escolha do Partido Democrata nas eleições gerais.

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