Provas de aferição em vez de exames têm apoio do Iave

O presidente do organismo que tem sido responsável pelos exames só se manifestou surpreendido com a suspensão do exame de Inglês do 9.º ano.

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Hélder de Sousa considera que a manutenção dos exames seria uma "sobrecarga" Nuno Ferreira Santos

O presidente do Instituto de Avaliação Educativa (Iave), o organismo que tem sido responsável pela elaboração e aplicação dos exames do ensino básico e secundário, manifestou-se surpreendido com a suspensão do teste de Inglês do 9.º ano, anunciada nesta sexta-feira pelo Ministério da Educação, mas considera que as outras alterações no sistema de avaliação dos alunos do ensino básico são positivas.

“O alargamento das provas de aferição no 5.º e 8.º ano a outras disciplinas é um passo em frente em relação à aposta de só avaliar os conteúdos de Português e Matemática”, como foi norma até agora, destacou Hélder de Sousa em declarações ao PÚBLICO.

O presidente do Iave, que também já tinha presidido ao organismo que o antecedeu (Gabinete de Avaliação Educacional) no último Governo de José Sócrates, considera também que, com a realização de provas de aferição no 2.º, 5.º e 8.º ano, conforme anunciado nesta sexta-feira, seria “uma sobrecarga” para as escolas e os alunos manter os exames no 4.º e 6.º ano de escolaridade, que foram uma das bandeiras de Nuno Crato.

Hélder de Sousa indicou ainda que o Iave “tem estado a trabalhar em conjunto com a nova tutela”, desde que esta tomou posse, mas admitiu que não esperava que o teste de Inglês elaborado pela Universidade de Cambridge, que começou a ser realizado, com carácter obrigatório, há dois anos, fosse suspenso. Por decisão do anterior ministro, Nuno Crato, estava previsto que o chamado Preliminary English Test (PET) também passasse a contar, a partir deste ano lectivo, para a nota final dos alunos.

“A suspensão do teste foi uma surpresa para nós”, indicou Hélder de Sousa, frisando que a prova tinha “uma dimensão social muito importante que era a de providenciar a todos os alunos do país um certificado conceituado, sendo que para 25% dos estudantes [os mais carenciados] este era gratuito”. “A nossa sugestão é que esta aposta continue”, acrescentou. Em resposta ao PÚBLICO, o gabinete de comunicação do ME explicou que esta prova foi suspensa "dada a incompatibilidade do seus termos de aplicação com o modelo de aferição e avaliação agora proposto".    

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