Diário de uma criada

Falta perversidade, falta humor (eventualmente negro), falta mise en scène que crie um abismo no olhar sobre a “luta de classes”.

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Que Horas Ela Volta?: a lógica de “filme de tema” pronto a discutir

O esquematismo sociológico certinho é aquilo que sustém Que Horas Ela Volta, ancorando-o numa lógica de “filme de tema” pronto a discutir, mas também é o seu limite: falta perversidade, falta humor (eventualmente negro), falta uma mise en scène que crie um abismo no olhar sobre a “luta de classes” que vá para além do retrato psicológico ou da reflexão sobre os estereótipos (lembrando que nas telenovelas brasileiras, por exemplo, abundam retratos superficiais sobre o relacionamento entre patrões e criados).

É obra suficientemente sólida, mas no limite também decepcionante, a partir do momento em que se percebe que o seu objectivo é ilustrar, sem desvios, uma premissa que dava para muito mais.

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