Eagles of Death Metal quebram o silêncio: “Vive la liberté

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Foto registada durante o concerto no Bataclan e cedida gratuitamente pelo autor Manu Wino

Cinco dias depois do massacre no Bataclan em Paris, a banda norte-americana que actuava em palco durante os ataques dirigiu-se aos fãs e às vítimas. “Apesar de a banda já se encontrar a salvo em casa, estamos horrorizados e ainda a tentar digerir o que aconteceu em França”, lê-se num comunicado publicado no Facebook oficial dos Eagles of Death Metal (EODM).

“Os nossos pensamentos e os nossos corações estão em primeiro lugar e acima de tudo com o nosso irmão Nick Alexander, com os nossos camaradas de editora Thomas Ayad, Marie Mosser e Manu Perez, e com os amigos e fãs cujas vidas foram levadas em Paris, bem como com os seus amigos, familiares e entes queridos”, acrescentam.

Nick Alexander, de 36 anos, foi o único membro da entourage a morrer no ataque. Vendia merchandising do grupo numa banca na entrada da sala de espectáculos.

“Apesar de unidos pelo luto com as vítimas, os fãs, as famílias, os cidadãos de Paris e com todos aqueles afectados pelo terrorismo, estamos orgulhosos de estarmos juntos com esta nova família, agora unida pelo objectivo comum do amor e da compaixão”, escrevem, acrescentando agradecimentos às autoridades francesas e norte-americanas e “especialmente a todos os que no ground zero se ajudaram mutuamente da melhor forma que podiam durante este horror inimaginável, provando mais uma vez que o amor sobrepõe-se ao ódio”.

Os EODM confirmaram ainda que todos os concertos previstos para os próximos tempos foram cancelados, incluindo o espectáculo marcado para 10 de Dezembro em Lisboa. Os bilhetes podem ser devolvidos a partir de quinta-feira, avançou entretanto a produtora portuguesa Everything is New.

Vive la musique, vive la liberté, vive la France, and vive EODM”, conclui a missiva.

Conhecidos pelo seu sentido de humor, tanto nas entrevistas como nas letras das músicas, os EODM são uma banda de blues rock/garage/stoner formada em 1998 na cidade de Palm Desert, na Califórnia.

Como o PÚBLICO explicou no sábado, apesar do nome, e ao contrário do que foi sugerido nas redes sociais e em alguns órgãos de comunicação social, a banda não tem qualquer ligação ao death metal. De acordo com a história contada pelos seus fundadores, Jesse Hughes e Josh Homme (este último líder da banda mais conhecida Queens of the Stone Age, que já actuou várias vezes em Portugal – e que não estava em palco no Bataclan), o nome Eagles of Death Metal surgiu depois de um amigo de Homme ter tentado convencê-lo a gostar do género musical death metal, dando-lhe a ouvir a banda polaca Vader.

Homme apelidou os Vader como “os Eagles do death metal”, numa referência ao grupo country rock imortalizado pela canção Hotel California. O trocadilho foi depois reutilizado para baptizar a banda de Homme e Hughes.

Homme, note-se, não acompanhava a banda nesta deslocação a Paris, fruto de compromissos assumidos perante os seus outros projectos musicais.

Os EODM tinham acabado de lançar um novo álbum em Outubro, Zipper Down. Uma das faixas, uma versão do êxito dos Duran Duran Save a Prayer, está agora no topo das tabelas de vendas de singles depois de uma campanha lançada por fãs britânicos em solidariedade pelas vítimas dos atentados.

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