Pires de Lima pede "bom senso" diz que recuperação económica “não é inquestionável”

Na inauguração do complexo industrial da Portucel, ministro da Economia criticou os políticos que “olham para o capital como quem olha para o diabo”.

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António Pires de Lima diz que a recuperação de Portugal depende "de muitos factores" Enric Vives Rubio

Na inauguração de uma linha de reforço de produção da Portucel, em Cacia, o ainda ministro da Economia, Pires de Lima, disse esperar “bom senso” no momento político que o país atravessa, e que não venha a ser posto em causa o trabalho de recuperação económica que empresários e trabalhadores souberam criar.

“Portugal esta em recuperação económica. Mas ainda não é uma recuperação inquestionável. Depende de muitos factores, depende da capacidade dos gestores das empresas, depende da mobilização dos trabalhadores e depende do bom senso por parte dos agentes políticos. Espero que esta hora que vivemos seja uma hora em que aqueles que souberam estar junto dos empresários possam continuar a ter a voz principal nas políticas de que o país precisa”, disse, durante o discurso de inauguração do complexo industrial.

O ministro da Economia elogiou os resultados da Portucel, grupo que contribui para 1% da riqueza nacional e garante 3% das exportações, lembrando que foi a qualidade do accionista, “com capital para investir”, a excelência da equipa de gestão e a mobilização dos trabalhadores que têm sabido manter a rota da empresa num percurso de crescimento, num mercado “altamente globalizado e competitivo”. E, depois de lembrar a privatização ocorrida em 2004, sublinhou que a Portucel é hoje um grupo que depende muito pouco dos políticos e das políticas e funciona num regime de meritocracia. “Não são os políticos que fazem investimento e criam emprego. Mas os políticos podem criar um ambiente estável para que grandes empresas, como a Portucel, encontrem estabilidade para efectuar os seus investimentos. E há políticos, e políticas, que podem complicar. Oh, se podem!”, exclamou, para sublinhar a diferença entre os políticos, e as politicas, que valorizam a iniciativa privada e os políticos e a as políticas que “vêem uma grande empresa como uma ameaça” e “olham para o capital como quem olha para o diabo”.

 “Recomendo bom senso aos agentes políticos para que não venha a ser posta em causa aquilo que deu tanto trabalho às empresas e aos trabalhadores a recuperar”, terminou o ministro.

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