No Nobel das ciências económicas, quem mais vence é a macroeconomia

Curiosidades sobre o Nobel da Economia.

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O microeconomista escocês Angus Deaton é o laureado deste ano JONATHAN NACKSTRAND/AFP

Tem o peso e o significado de um Nobel, é o último dos seis galardões a ser conhecido todos os anos, é atribuído em memória de Alfred Nobel, mas o único que não é formalmente um Nobel.

O galardão que há mais de 40 anos premeia investigadores em ciências económicas – comummente conhecido como Nobel da Economia, mas formalmente designado Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel – já reconheceu mais de sete dezenas de investigadores. Este ano foi a vez do microeconomista escocês Angus Deaton.

Desde 1969, o primeiro ano em que o banco central da Suécia (o Sveriges Riksbank) atribui o prémio, já foram laureadas 76 pessoas, porque muitos dos prémios reconheceram dois e três economistas no mesmo ano.Dos 47 prémios atribuídos, 24 são galardões individuais, havendo 17 partilhados por dois investigadores, e outros seis atribuídos a três. Só uma vez foi escolhida uma mulher – em 2009, ao ser premiada Elinor Ostrom.

A origem do prémio vem de uma doação feita em 1968 pelo banco central da Suécia à Fundação Nobel e foi até olhada com algumas reticências pelos herdeiros de Alfred Nobel pelo facto de a Economia não ser uma ciência exacta, como outras áreas onde há distinções da Academia (Física, Medicina e Química).

Já foram distinguidas investigações em áreas que vão da econometria à governação económica, teoria dos jogos, passando pelo crescimento económico, história económica, finanças públicas ou psicologia económica. Mas a área de pesquisa em que mais houve distinções é a macroeconomia, com nove galardões. O primeiro aconteceu em 1974 – a Gunnar Myrdal – e o mais recente a Edmund S. Phelps em 2006.

Numa súmula de factos e trivialidades publicada no site do Nobel, a Academia recorda que o laureado mais novo, Kenneth J. Arrow, tinha 51 anos quando foi escolhido, em 1972. O mais velho foi Leonid Hurwicz, laureado em 2007 aos 90 anos (morreu no ano seguinte). Segundo as contas da Academia, e excluindo ainda o laureado deste ano, a média de idades dos premiados é de 67 anos, a mais alta entre as seis categorias de Nobel, cuja média global está nos 59 anos.

No universo dos vários prémios Nobel, já foram galardoadas pessoas da mesma família, em áreas do saber distintas. E aconteceu logo nos primeiros anos do Nobel da Economia. Jan Tinbergen, distinguido em Ciências Económicas em 1969, veria o seu irmão Nikolaas Tinbergen ser distinguido em 1973 com o Nobel da Medicina. Há mais um cruzamento familiar: Gunnar Myrdal foi galardoado 1974 com o prémio da Economia e a sua mulher, Alva Myrdal, receberia em 1982 o Nobel da Paz.

Nunca foi entregue um Nobel da Economia a título póstumo. As regras da Fundação Nobel – que o Sveriges Riksbank acompanha – impedem desde 1974 que assim seja, salvo quando a pessoa morre depois do anúncio do vencedor, que é conhecido antes da cerimónia. Antes desta regra, só aconteceu com um Nobel da Literatura (Erik Axel Karlfeldt, em 1931) e com um Nobel da Paz (Dag Hammarskjöld, em 1961).

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