Portugal não quebrou a maldição francesa

Rui Patrício defendeu muito mas não conseguiu deter o livre de Valbuena que ditou a décima derrota consecutiva da equipa portuguesa frente aos bleus.

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Portugal nunca foi capaz de incomodar a França RAFAEL MARCHANTE/Reuters

Poucos adversários serão tão traumáticos para a selecção portuguesa como a França. Três vezes as duas equipas se defrontaram em momentos decisivos de grandes competições, três vezes a fortuna sorriu aos bleus. Talvez por isso, mesmo sendo um particular, fosse tão importante afastar essa nuvem negra de 40 anos, mas ainda não foi nesta sexta-feira que tal aconteceu. Frente ao anfitrião do próximo Europeu de futebol, a selecção orientada por Fernando Santos perdeu por 1-0 e não fez muito para merecer outro resultado. Deu, apesar do desaire, para testar algumas soluções novas para o jogo de segunda-feira na Albânia, esse sim a contar.

Foi por obrigação que Fernando Santos reinventou o meio-campo português, face às ausências de Tiago, Moutinho, Coentrão e William. Pela primeira vez juntos jogaram Adrien (a defrontar a selecção do país onde nasceu), João Mário e Danilo, o que parece uma boa ideia que precisa de ser consolidada na selecção, mas que vai ter de servir para a viagem à Albânia.

A verdade é que o factor novidade notou-se e nem sempre pela positiva. Alguma velocidade e alguma dinâmica, mas também alguns erros que faziam rapidamente a bola regressar aos pés dos jogadores franceses. E nessa alturas a equipa de Didier Deschamps aproveitava algumas lacunas defensivas de Portugal nas alas, especialmente na esquerda, onde Eliseu, se via muitas vezes sozinho frente a vários adversários.

A partir de meio da primeira parte, a França aproximou-se mais e com perigo. Aos 26’, Pepe cortou uma jogada perigosa de Sissoko; aos 31’, Rui Patrício defendeu um remate de Griezmann, dando início àquela que foi, de longe, a exibição mais inspirada da equipa portuguesa. E o que Portugal fez durante a primeira parte? Apenas um livre directo de Cristiano Ronaldo aos 42’, que obrigou Lloris a mexer-se um bocadinho.

Na segunda parte, foi mais do mesmo. França perigosa e Rui Patrício a defender no seu estádio. O guarda-redes sportinguista saiu-se bem aos pés de Griezmann aos 49’ e opôs-se bem a remates de Benzema aos 54’ e aos 71’. Só não deteve o livre de Valbuena aos 85’ que resultou no único golo do jogo, que terminaria como terminaram todos os confrontos com a França dos últimos 40 anos. Nesta altura, já Ronaldo tinha saído da partida sem ter conseguido marcar o seu primeiro golo da época.

Fernando Santos, que iniciara a sua carreira como seleccionador nacional com um desaire frente aos franceses, dizia que a vitória era um objectivo para o jogo, mas, se acontecesse a derrota, também não viria grande mal ao mundo. O mesmo não se poderá dizer do jogo com a Albânia na próxima segunda-feira.

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