Montepio com prejuízos de 28,9 milhões

Caixa Económica Montepio Geral atribui resultados líquidos negativos ao menor contributo dos resultados da alienação de títulos de dívida

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Crédito líquido concedido a clientes recuou 3,8% no primeiro semestre Enric Vives Rubio

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) fechou o primeiro semestre com um resultado negativo de 28,9 milhões de euros, quando em idêntico período do ano passado tinha comunicado um lucro de 6,2 milhões de euros. O prejuízo é justificado pela instituição financeira, num curto comunicado de quatro páginas e meia, com o facto de haver uma redução de 192,7 milhões nas operações financeiras, “devido ao menor contributo dos resultados da alienação de títulos de dívida portuguesa”. Ou seja, o lucro do primeiro semestre do ano passado foi suportado por operações extraordinárias, tendo agora reportado um prejuízo.

 A instituição, agora liderada por José Félix Morgado, afirma ainda que houve uma melhoria dos resultados correntes, de 157,6 milhões de euros, devido a factores como o aumento da margem financeira comercial e à politica “de contenção ao nível dos gastos operacionais da actividade doméstica”. Mesmo assim, esta melhoria revelou-se insuficiente para o Montepio conseguir um resultado líquido positivo, ao contrário do que ocorreu com os outros bancos de referência que operam no mercado nacional (CGD, BCP, BPI, Santander Tota e Banif). 

A instituição refere ainda que “os custos operacionais cresceram 5%, reflectindo a subida dos mesmos nas operações internacionais, já que em Portugal essa evolução foi de apenas +0,7%”.

Já a imparidade de crédito desceu 43% para 151,3 milhões de euros, mas, a nível internacional, “as imparidades para crédito registadas pelo Finibanco Angola aumentaram 30,3%, atingindo 6,7 milhões” de euros.

Ao nível do crédito vencido a mais de 90 dias (em função do crédito total), este indicador está agora nos 7,47%. Nos depósitos de particulares, houve uma ligeira quebra de 0,3%, situando-se nos 9,1 mil milhões de euros. No comunicado que enviou ao início da noite ao regulador do mercado de capitais, a CMVM, a instituição afirma que se registou um “crescimento das operações de mercado, substituindo recursos de clientes institucionais mais onerosos”.

 

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