PIB de Macau afunda 26,4% arrastado pelas quebras nas receitas do jogo

Sector do jogo perde lucros devido à política anticorrupção seguida por Pequim e afecta economia.

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Em Agosto, os seis principais operadores de casino naquele território registaram perdas de 40% nos lucros. AFP PHOTO / ANTHONY WALLACE

O produto interno bruto (PIB) macaense caiu 26,4% no segundo trimestre, quando já tinha perdido 24,5% nos primeiros três meses de 2015. Isto significa que, na primeira metade do ano, a economia do território sob administração portuguesa até 1999 sofreu uma contracção de 25,4%.

O boletim publicado nesta segunda-feira pela autoridade estatística de Macau refere que a contracção ficou a dever-se maioritariamente ao declínio nas exportações de serviços, ou seja, à quebra no sector do jogo.

Em 2014, o executivo de Xi Jinping iniciou uma campanha de combate à corrupção que tem afastado os maiores apostadores de Macau. Nesse mesmo ano, pela primeira vez desde 2002, as receitas obtidas com o jogo em Macau fecharam o ano a cair em relação ao ano anterior. 

Devido ao reforço das medidas que visam combater a corrupção e a lavagem de dinheiro, os jogadores VIP, como são conhecidos, têm deixado de frequentar os casinos macaenses.

Em meados de Agosto, o Financial Times dava conta de que os seis principais operadores de casino naquele território registaram perdas de 40% nos lucros. Depois de uma década de rápido crescimento em que, de acordo com o FT, chegou a ultrapassar Las Vegas em termos de receita, o sector entrou em queda na sequência da entrada em vigor das medidas anticorrupção implementadas pelo governo central.

Também a contribuir para este cenário está o abrandamento da economia da China continental, que tem impacto no volume de turistas e apostadores que visitam Macau.

Macau é a única região sob tutela de Pequim onde o jogo é legal, sendo que, entre Abril e Junho, as receitas provenientes com as apostas dos visitantes daquele território caiu 40,5% e o turismo desceu 21,5% no mesmo período de tempo em comparação com 2014.

No entanto, os restantes números da economia macaense são mais optimistas, com a procura interna a permanecer estável. Indicadores como o investimento (3,2%), consumo privado (2%) e exportação de mercadorias (25,6%) registaram crescimento, atenuando os impactos das perdas com o jogo e turismo. O desemprego subiu 0,1 ponto percentual, mas a taxa fixa-se em 1,8%.

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