Passos Coelho guarda resposta a Costa para os debates

Primeiro-ministro inaugurou em Bragança um parque de ciência ainda sem qualquer empresa instalada.

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Pedro Passos Coelho diz que as empresas exportadoras parecem aguardar que resto da economia saia da crise Daniel Rocha

O primeiro-ministro recusou esta sexta-feira, ao final da tarde, em Bragança, responder às críticas lançadas por António Costa, em Coimbra, horas antes. O líder do PS acusou o programa da coligação PSD CDS-PP ser " um acto de fé”. “É dizer: nós acreditamos que vamos chegar ali. Aqui, não é uma questão de fé, é política e política faz-se com medidas concretas", criticou António Costa.

À margem da cerimónia de inauguração do Brigantia Ecopark, um Parque de Ciência e Tecnologia que custou 9,5 milhões de euros, foi inaugurado com um ano de atraso e ainda não tem qualquer empresa instalada apesar de ter capacidade para 113, Passos Coelho indicou que prefere deixar respostas mais concretas “para os debates”.

Ainda assim, o primeiro-ministro não resistiu a dizer que “durante estes anos o Governo acreditou muito nos portugueses e na nossa capacidade para vencer as dificuldades, mas os resultados que fomos obtendo não resultaram só dessa crença de acreditarmos na capacidade dos portugueses e na persistência do próprio Governo para que as dificuldades fossem ultrapassadas. Trabalhámos arduamente para que isso acontecesse”.

Pedro Passos Coelho foi mais longe, garantindo ter “um programa de estabilidade que foi apresentado ao Parlamento e à Comissão Europeia em que as principais metas estão fixadas” e em que tem “um plano nacional de reformas que, juntamente com o cenário macroeconómico associado ao programa de estabilidade, responde por aquilo que é a evolução da economia nos próximos anos de acordo com as premissas” que o Governo estabeleceu. “E é um trabalho sério que julgamos não ter sido feito a pensar nas eleições, mas a pensar no país”, garantiu.

Pedro Passos Coelho recusou, ainda, ter sido por pressão dos militares que não foi aprovado o novo estatuto da GNR. “Não há pressões nem meias pressões. É um assunto complexo e o Governo não conseguiu concluir esse processo, o que eu lamento. Teria preferido que tivesse sido possível concluí-lo mas tem uma complexidade grande”, justificou o líder do Governo, garantindo, no entanto, que “o trabalho que foi feito não é para deitar fora”.

“Se, a seguir às eleições, como primeiro-ministro, tiver de voltar a pegar nessa questão, há muito trabalho que está feito e não será deitado para o caixote do lixo. Não partiremos do zero quando tivermos de olhar para o estatuto da GNR”, frisou.

Sobre o Brigantia Ecopark, o chefe de Governo não teme que seja “um elefante branco”, pois é uma infraestrutura “virada para o futuro” e não para o passado. No entender de Passos Coelho, será uma forma de ajudar a fixar empresas no Interior e a fixar população em áreas em risco de despovoamento, para além de permitir a criação de emprego.

Em 2012, quando foi lançado o projecto, juntamente com o Regia Park, em Vila Real (que ainda não foi inaugurado), acreditava-se que poderia ajudar a criar cerca de 450 postos de trabalho. A autarquia local apostou num espaço para acolher empresas e desenvolver investigação nas áreas do ambiente, energia, eco-construção e eco-turismo em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança.

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