Proprietários já emitiram mais de 853 mil recibos através do Portal das Finanças
Cumprimento das novas exigências obriga os senhorios a registarem os contratos de arrendamento no Portal das Finanças.
Apesar da obrigatoriedade de emissão do recibo electrónico de renda ter sido adiada de Maio para Novembro, muitos senhorios têm aderido voluntariamente às novas regras, elevando para 853.687 o total de recibos emitidos através do Portal em cerca de quatro meses.
Este número de recibos, que é retroactivo a Janeiro nos contratos que já existiam antes de 1 de Abril, e que inclui arrendamentos destinados a habitação, comércio e serviços, correspondem a um valor total de 387 milhões de euros.
O cumprimento das novas exigências obriga os senhorios a registarem os contratos de arrendamento no Portal das Finanças. Até ao final da semana passada, e segundo dados da Autoridade Tributária, estavam registados 225.557 contratos de arrendamento, o que dá uma média de 56 mil por mês.
Do total de contratos registados, 76.406 são contratos novos, celebrados a partir de 1 de Abril de 2015. No caso das novas contratualizações e independentemente da idade dos senhorios, o registo electrónico é obrigatório e o pagamento do imposto de selo é centralizado, ou seja, as Finanças enviam a nota de liquidação posteriormente ao registo.
O registo electrónico dos contratos, que abrange todos os proprietários, mesmo os que só apresentarão uma declaração de rendimentos em Janeiro (os que têm mais de 65 anos e as rendas mais baixas), é apenas uma das medidas das Finanças para combater o arrendamento clandestino e os resultados começam a ser visíveis. Os dados preliminares das declarações de IRS entregues este ano revelam um crescimento de 9% nas receitas sobre rendimentos prediais, que atingiram um total de 650 milhões de euros.
Em 2014, as receitas da categoria F de IRS totalizaram 560 milhões de euros, superando, nos últimos dois anos (referentes a 2013 e 2014) um total de 1170 milhões de euros. Entre os dois anos não existiu qualquer alteração de taxas de IRS.
A meta de combate ao arrendamento clandestino, um problema apontado pela troika no âmbito do programa de resgate, é ambiciosa, uma vez que se estima que a evasão fiscal neste segmento possa ascender entre e 40% a 50 %, o que atira o potencial da receita, no médio prazo, e partindo dos dados de 2013, para cerca de 900 milhões de euros.
Entre os novos controlos por parte do Estado para combater o arrendamento clandestino está o cruzamento de dados das declarações de IRS, de que resultou, em Abril, a notificação de mais de 90.000 proprietários de imóveis urbanos para regularizarem as respectivas declarações de rendimentos prediais (Categoria F).
Paralelamente, as empresas prestadoras de serviços como água, luz e outros, passaram a ser obrigadas a comunicar à Autoridade Tributária, com regularidade, e por via electrónica, com vista a facilitar o cruzamento de dados, os nomes dos detentores dos contactos, com a descriminação da situação de proprietário ou arrendatário.