O gabinete de curiosidades

Um exercício ensaístico simpático, mas sem mais, sobre a Coreia do Norte.

Foto
Canções do Norte: inconsequente DR

O mérito grande da primeira longa assumida de Soon-mi Yoo, artista sul-coreana radicada nos EUA, é o de recusar qualquer exotismo ou estranheza no seu olhar “de fora” sobre a Coreia do Norte, ao mesmo que assume e integra a certeza de que nenhum estrangeiro – nem mesmo um sul-coreano – é capaz de ter sobre aquela sociedade um olhar que não seja “alienígena”.

Dito isto, nem a justeza desse olhar consegue dar a Canções do Norte um “andaime” suficientemente resistente: este filme-ensaio-diário acaba por se resumir a um “gabinete de curiosidades”, articulando três visitas da realizadora à Coreia do Norte com extraordinárias imagens de arquivo e excertos de uma entrevista ao seu pai que nunca coalescem num todo consistente, ficando-se por um simpático mas algo inconsequente exercício ensaístico.

 

 

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