China vai pôr polícia dentro das maiores empresas de Internet do país

Cibercensura chinesa continua a apertar a liberdade de escolha de empresas e utilizadores.

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A China tem milhões de censores que controlam o que passa online no país Reuters

É sabido que a China promove uma política de controlo apertado sobre o uso da Internet aos seus 650 milhões de cibernautas O ministro chinês da Segurança Pública, Chen Zhimin, veio reforçar essa política com o anúncio de que vão começar a ser colocados elementos da polícia nos escritórios das sedes das maiores empresas ligadas à Internet do país.

O Governo pretende que sejam criados gabinetes de segurança no interior das maiores empresas de Internet e sites, como o Alibaba ou Baidu, por exemplo, e vai actuar perante qualquer sinal de ameaça à segurança nacional e à estabilidade social, avança a agência Xinhua esta terça-feira.

O alvo da presença policial serão conteúdos maliciosos como material violento ou pornográfico, bem como rumores ou artigos que atentem contra as autoridades chinesas. Os gabinetes da polícia vão agir ainda contra qualquer tentativa de ataque online às empresas e esquemas de fraude e roubo e identidade dos utilizadores. A medida também vai possibilitar que o Governo tenha mais acesso a dados das empresas do que até aqui. No geral, o objectivo é “descobrir actividades ilegais na Internet de forma mais célere”, como explicou o ministro Chen Zhimin.

Actualmente, a China tem já milhões de censores que impedem que se tornem públicas histórias negativas ou ataques ao Governo. Com a presença da polícia nas empresas ligadas à web, as autoridades elevam a fasquia na censura ao que se passa online.

Esta política de cibercensura tem vindo a ser reforçada nos últimos anos. Por exemplo, em 2013, a Sina, que opera a rede de microblogging Weibo, e a Wechat, app de conversação da Tencent, foram forçadas a apagar milhares de contas por os seus utilizadores terem alegadamente difamado o Governo ou lançado rumores online. No ano passado, algumas pessoas foram detidas por divulgarem imagens das manifestações e ocupações que decorreram em Hong Kong.

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