Euribor a três meses manterá tendência de queda até ao final do ano

Prestação da casa volta a descer nos contratos a rever em Agosto.

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Prestação da casa vai continuar a descer nos próximos meses. Miguel Manso

Os encargos das famílias com os empréstimos à habitação vão continuar a descer nos próximos meses, já que a queda das taxas Euribor vai manter-se, pelo menos, até ao final do ano.

O contrato de futuros da Euribor a três meses para Dezembro aponta para um valor negativo de 0,025%. Este valor representa uma queda face à média negativa deste prazo, registada em Julho, que situa em - 0,019%,quando falta apenas uma sessão para o fecho do mês.

O prazo de três meses está negativo desde 21 de Abril. A primeira média mensal negativa foi registada em Maio -0,010%), a que se seguiram  -0,014% em Junho.

Nos restantes prazos das taxas utilizados no crédito à habitação, a tendência continua a ser de queda, embora ainda em terreno positivo, e para já sem perspectiva de entrar em terreno negativo.

A média da Euribor a seis meses, arredondada à milésima, fixou-se até esta quinta-feira em 0,049%, o mesmo valor que no mês anterior, e a Euribor a 12 meses em 0,054%, abaixo 0,163 do mês anterior.

Numa simulação realizada pelo PÚBLICO, para um empréstimo de 150 mil euros, com um spread de 0,7%, associado à Euribor a três meses, vai corresponder a uma prestação de 460,80 euros, menos 1,60 euros do que na revisão ocorrida há três meses. O mesmo empréstimo, mas associado à Euribor a seis meses, vai permitir uma poupança de 6,97 euros, face ao valor da prestação que resultou da revisão ocorrida há seis meses.

Todos os contratos associados à Euribor a três meses vão passar a reflectir o valor negativo, que, de acordo com as regras fixadas pelo Banco de Portugal, passa a ser descontada no spread, que é a margem comercial do banco. Se o valor negativo ultrapassar o valor da taxa, ou no caso de o contrato não incluir um valor spread, o que acontece em muito poucos casos, a taxa negativa tem de ser abatida ao capital em dívida.

A queda das taxas Euribor para mínimos de sempre não traz vantagens apenas na redução da prestação mensal, que caiu cerca de 50% face aos máximos de 2008. A vantagem, menos visível, mas mais importante para as famílias prende-se com uma maior aceleração da amortização de capital. Actualmente, a fatia de amortização de capital é muito superior à dos juros.

Ao contrário dos empréstimos, a descida da Euribor tem impacto negativo nas poupanças, designadamente em alguns empréstimos bancários e nos Certificados de Aforro. Neste último caso, a  taxa de juro bruta para novas subscrições da Série D, a única que está aberta, a realizar em Agosto, está abaixo de 1%.

As taxas de Euribor são formadas no mercado interbancário a partir dos juros a que um grupo alargado de bancos está disposto a emprestar dinheiro entre si.

As medidas do Banco Central Europeu para aumentar a circulação de dinheiro na economia e a baixa inflação contribuem para as recentes quedas das taxas Euribor. O regresso às subidas dos juros será determinado pela recuperação sustentada das economias da zona euro.

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