Costa acusa coligação da direita de querer privatizar a Segurança Social

Líder do PS exemplifica "radicalismo ideológico" com plafonamento proposto no programa PSD/CDS.

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António Costa Foto: Enric Vives-Rubio/arquivo

António Costa acusou esta quarta-feira a coligação Portugal à Frente de "fúria privatizadora" por querer agora privatizar a Segurança Social com a sua promessa de optar pelo plafonamento das contribuições.

É um exemplo do "radicalismo ideológico" da coligação, como classificou o secretário-geral do PS, que falou em directo às televisões logo após a apresentação do programa eleitoral  da coligação PSD/CDS. "Depois de privatizar tudo o que havia para privatizar em matéria de empresas, prometem agora um ataque com a privatização dos serviços públicos, a começar pela Segurança Social", afirmou Costa.

Costa criticou ainda a ausência da contabilização das propostas apresentadas: "Um programa eleitoral que não tem as contas feitas é um saco cheio de palavras", disse.

Outro dos pontos do programa da maioria governamental criticado pelo líder socialista foi o relativo aos incentivos ao emprego. "Ouvir a coligação a falar da recuperação do emprego, depois do desemprego que tivemos e da crise destes quatro anos, parecia que estávamos a ouvir um partido da oposição", disse.

Interrogado sobre o facto de a coligação se comprometer em não fazer novos cortes nas pensões, António Costa defendeu que "é sempre preciso muita cautela para sabermos se o que dizem é revogável ou irrevogável". "É que este Governo comprometeu-se em Bruxelas [junto da Comissão Europeia], por escrito, em fazer um novo corte de 600 milhões de euros nas pensões. O que prometeu em Bruxelas é que os actuais pensionistas iam sofrer um novo corte de 600 milhões de euros", sublinhou.

Neste contexto, Costa referiu ainda que, na anterior campanha eleitoral, em 2011, Pedro Passos Coelho prometera que não cortaria as pensões, "mas depois cortou-as".

Por seu lado, Jerónimo de Sousa optou por desvalorizar as promessas da direita.  “Poderá existir esta ou aquela flor, mas mesmo essas, pensando nas promessas que há quatro anos PSD e CDS fizeram aos portugueses - não cortar salários, reformas ou serviços de saúde, etc, etc, leva-me a afirmar que estas promessas valem tanto como as de há quatro anos", afirmou o líder do PCP em entrevista à SIC, no Jornal da Noite.

Realçando não conhecer o documento da coligação, Jerónimo de Sousa afirmou que “não é preciso ser profeta nem bruxo” para perceber que, “no essencial, o programa é um pouco uma repetição na medida em que a matriz fundamental que anima o PSD e o CDS já está defendida e foi aprovada na Assembleia da República – seguir o Tratado Orçamental, a União Económica e Monetária”. E acrescentou que os dois partidos “já nos vestiram um fato apertado que formata e determina qual vai ser o futuro próximo”.

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