Patris, fundos ingleses e investidor do Bahrain disputam Banco Efisa

Parparticipadas espera fechar o dossier no mais curto espaço de tempo. Os chineses apareceram mas com ofertas não vinculativas.

Foto
Efisa fazia parte do universo BPN AFP

O Estado, através da Parparticipadas, tem já em cima da mesa oito propostas de compra do Banco Efisa, o banco de investimento do ex-BPN, sendo que apenas três são vinculativas. Neste grupo restrito constam os nomes da Patris, de capitais nacionais, de uma gestora de fundos de investimento inglesa e de uma sociedade do Médio Oriente.

A Caixa Banco de Investimento (BI), o assessor financeiro da Parparticipadas, vai começar por analisar as três ofertas firmes, que incluem preços e projectos que comprometem os investidores. Uma das propostas vinculativas foi apresentada por uma sociedade do Bahrein, associada ao First Asian Investment (FAISA), ligada ao ex-presidente do Banif Investimentos, Artur Silva Fernandes (Global Reach Investment).

O segundo candidato é uma gestora inglesa de fundos de investimentos, a Aethel Partners, cujos rostos são Ricardo Santos Silva e Aba Schubert.

A terceira oferta foi entregue pela Patris, que tem à frente Gonçalo Pereira Coutinho, e que já adquiriu outras sociedades da esfera do ex-BPN, como a seguradora Real Vida, a corretora Fincor e uma gestora de activos. Dada a ligação ao sector segurador, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) deverá pretender acautelar que a Patris (que tem entre os fundadores Miguel Pais do Amaral) não recorre à Real Vida para desenvolver um projecto bancário. 

Ou seja, a instituição presidida por José Almaça pretende garantir que os investimentos no sector bancário não se farão com recurso a verbas da Real Vida destinadas a cobrir compromissos futuros com clientes que compraram seguros. Por serem grandes investidores institucionais, as seguradoras dão acesso a dinheiro barato e boa capacidade de alavancagem.

Caso as propostas da Patris, da FAISA e da Aethel Partners não se revelem credíveis, então a Caixa BI e a  Parparticipadas passam a analisar as cinco não vinculativas que, por enquanto, apenas configuram intenções de compra. Neste grupo estão investidores chineses, norte-americanos e ingleses.   

Recorde-se ainda que, em 2009, o anterior presidente do Efisa, Abdool Vakil, fez contactos junto da administração da CGD (que ficou a gerir o BPN após a nacionalização) para a aquisição do Efisa, sem nunca concretizar uma proposta. Na altura, o valor mencionado foi de 15 milhões de euros. Por detrás de Vakil estariam investidores do Médio Oriente.  

Apesar de estar há sete anos praticamente inactivo, o Efisa dispõe de um trunfo apetecível para as entidades que pretendam operar no mercado financeiro nacional: uma licença bancária universal para actuar na banca de investimento ou comercial. A autorização para desenvolver a actividade em Portugal dá acesso a abrir sucursais em qualquer local da zona euro. 

Em 2010 o Banco Efisa foi pela primeira vez posto à venda no mercado. Depois das duas tentativas falhadas, o terceiro concurso público ficou fechado na sexta-feira passada, dia 3 de Julho, a data limite para entrega de propostas de aquisição. Nesta segunda-feira pela manhã, o vendedor emitiu um curto comunicado a confirmar apenas que recebeu três ofertas vinculativas e cinco não vinculativas. 

Mas não adiantou nomes nem detalhes. E informou que a expectativa é poder chegar ao final da semana com o nome das duas propostas mais atractivas para o Estado e assim iniciar um período negocial. O objectivo da Parparticipadas, liderada por Francisco Nogueira Leite, é poder encerrar o mais breve possivel um dossier que se arrasta desde 2008, quando foi nacionalizado o BPN.  

 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários