Jorge Jesus: "A partir de hoje não há só dois candidatos, há três"

O treinador foi recebido em Alvalade por milhares de adeptos do Sporting. O novo técnico “leonino” prometeu lutar por todos os títulos.

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Jorge Jesus foi apresentado aos adeptos sportinguistas no Estádio José Alvalade Nuno Ferreira Santos
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Bruno de Carvalho e Jorge Jesus Nuno Ferreira Santos
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Às 18h38 de 1 de Julho de 2015, Jorge Fernando Pinheiro de Jesus, sócio n.º 3289 do Sporting Clube de Portugal, subiu ao relvado do Estádio José Alvalade, não como um adversário, mas como o treinador da casa. E a partir desta época será algo que vai repetir muitas vezes. Depois de 26 anos no banco de 11 clubes diferentes, Jesus vai treinar o clube do qual é sócio, do qual foi jogador e o clube onde o seu pai também jogou. De gravata verde e em dia do 109.º aniversário do clube, Jesus prometeu aos cerca de cinco mil adeptos presentes em Alvalade uma equipa que vai lutar por todos os títulos, não alguns. Todos.

“Está na hora de nos assumirmos como candidatos a todos os títulos. A partir de hoje, não há dois candidatos, há três candidatos. Temos de acordar o leão adormecido”, foi o que Jesus prometeu aos adeptos, que já estavam há uma hora à espera para ver de perto o sucessor de Marco Silva. Esta foi puramente uma apresentação para os adeptos, apesar das dezenas de jornalistas presentes. Não houve direito a conferência de imprensa, nem sequer a perguntas, nem ao treinador, nem ao presidente. Tudo o que se conseguiu arrancar de Bruno de Carvalho foi uma reacção à promessa de títulos feita por Jesus: “É normal.”

Apesar do seu passado recente como treinador do Benfica, já parecia haver uma enorme empatia entre Jesus e os adeptos. Eles diziam, “Salta, Jesus”, e Jesus saltava. Eles cantavam e Jesus acompanhava. “Obrigado por não terem ficado em casa. Está na hora de caminharmos todos juntos, está na hora de a família sportinguista perceber que o mais importante é o Sporting”, pediu o novo herói de Alvalade. O passado mais longínquo de Jesus é que foi bastante reforçado. Nos minutos que anteciparam a chegada de Jesus ao relvado, o speaker não se cansou de relembrar a condição sportinguista do novo treinador. “Vamos receber de braços abertos o grande sportinguista Jorge Jesus”, pedia.

Já com Jesus no relvado, o speaker anunciou um vídeo-surpresa. Nestes segundos projectados nos dois ecrãs gigantes do estádio se resumiu esse passado, desde o pai, Virgolino de Jesus, que foi avançado do Sporting nos anos 1940, contemporâneo dos famosos “cinco violinos”, até aos momentos (não muitos) em que Jesus jogou de “leão” ao peito — fez parte da sua formação no Sporting e, na primeira equipa, esteve apenas uma época, em 1975-76. Jesus pareceu emocionado ao ver estas imagens do passado. “Bom filho à casa torna.” O “bom filho”, claro, era Jesus.

Este foi o momento em que se fizeram as apresentações formais entre adeptos e treinador — mais discretos, mas também presentes, estavam os adjuntos Miguel Quaresma, Raul José e Nélson Pereira. Mas a nova vida de Jesus já começou há algumas semanas e o dia havia começado bem cedo, um pouco antes das 8h da manhã, hora em que o novo técnico chegou à Academia de Alcochete. Não foi (ainda) dia de treino, mas de reuniões e para conhecer melhor os cantos à casa do centro de treinos.

A terminar um dia longo, Jesus foi uma das grandes atracções na segunda gala Honoris Sporting, realizada no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, onde o clube homenageou vários dos seus atletas treinadores e funcionários. Numa breve declaração ao canal do clube, Bruno de Carvalho falou um pouco mais do que tinha feito durante a tarde sobre a contratação do técnico que foi três vezes campeão pelo Benfica. “A apresentação de Jesus foi um bom momento para todos os sportinguistas, que merecem uma nova onda de esperança”, declarou o presidente “leonino”.

Jesus poderá não ser o único regressado a Alvalade. Octávio Machado, que esteve ligado ao Sporting entre 1995 e 1998, como adjunto e como treinador principal, foi convidado para integrar a estrutura do futebol dos “leões”, um convite que o próprio Octávio confirma, mas que ainda não tem resposta. “Não sei se vou, ou não. Pediram-me para pensar se queria integrar a estrutura”, declarou ao Observador Octávio, que esteve na gala e deverá ocupar o lugar deixado vago por Augusto Inácio. Também de regresso deverá estar Manuel Fernandes, antigo jogador e treinador do clube, que estará mais ligado à equipa B.

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