Subsídio de desemprego chega a mil trabalhadores independentes

Apoio está no terreno desde Janeiro de 2013, mas não abrange todos os recibos verdes que ficam sem trabalho.

Foto
Casais inscritos nos centro de emprego aumentam Laura Haanpaa

Há actualmente mil trabalhadores independentes que estão a receber subsídio de desemprego. O número foi divulgado nesta quarta-feira pelo ministro do Emprego e da Segurança Social durante uma audição na Assembleia da República, onde adiantou que, além dos ex-recibos verdes a quem está a ser pago subsídio, os serviços estão a analisar mais 175 pedidos.

O subsídio de desemprego para os independentes entrou em vigor em Julho de 2012, mas só começou a ter efeitos em 2013 e não está disponível para todos os trabalhadores a recibos verdes que fiquem desempregados. A prestação está reservada para os que tinham pelo menos 80% do seu rendimento anual assegurado pela mesma entidade (considerados economicamente dependentes)  e que descontaram para a Segurança Social num período de 48 meses imediatamente anterior à data da cessação involuntária do contrato de prestação de serviços.

Desde o início deste ano está também em vigor um regime de protecção no desemprego para pequenos empresários que ficaram sem o seu negócio. Mas, neste caso, o ministro não adiantou quaisquer números, justificando que não os tinha disponíveis, nem respondeu às denúncias feitas pelo Partido Socialista (PS).

O deputado socialista Mário Ruivo denunciou que ao longo do primeiro semestre não entrou nenhum requerimento dos comerciantes e dos empresários. “A informação que tenho é que quando estes requerimentos chegam à Segurança Social, são registados e imediatamente anulados. Nenhum pequeno empresário conseguiu receber esse subsídio, apesar de ter pago as suas contribuições", alertou.

Durante a audição parlamentar, o ministro adiantou também que o Fundo de Compensação do Trabalho (FCT), que paga parte das indemnizações por despedimento, já desembolsou 5,7 milhões de euros desde que foi criado em Outubro de 2013.

Este fundo é alimentado pelas empresas, que descontam 0,925% do salário base dos trabalhadores admitidos a partir de Outubro de 2013. Quando o contrato termina, o empregador pede o reembolso do valor para pagar parte da compensação ao trabalhador.

Mota Soares disse ainda que o capital do fundo é de 44 milhões euros e que já registou 1,4 milhões de contratos, correspondentes a 141 mil entidades empregadoras. O volume de contratos não corresponde a trabalhadores, uma vez que cada pessoa pode ter mais do que um contrato.

O ministro também não adiantou quantos destes contratos eram temporários, a termo ou definitivos.

Além do FCT, as empresas têm ainda de descontar 0,075% por cada trabalhador para o Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT), que serve para pagar uma parte das compensações não asseguradas pelo FCT e que as empresas também não consigam pagar devido a dificuldades de tesouraria ou insolvência.

O ministro adiantou que está a ser preparada uma aplicação informática para facilitar a articulação entre as empresas e estes fundos.

Sugerir correcção
Comentar