Época crítica de fogos começa em semana com termómetros a voltarem aos 40 graus

Temperaturas baixam na quarta-feira mas sobem novamente a seguir, mantendo-se altas por vários dias.

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No sábado, Vítor Figueiredo, o presidente da Câmara de São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, lamentou a falta de meios para combater as chamas. Daniel Rocha

O período mais crítico para os incêndios florestais em Portugal começa numa semana em que os termómetros prometem voltar a ultrapassar os 40 graus Celsius nalguns pontos do país.

As temperaturas vão cair na quarta-feira – o dia em que tem início a fase Charlie de preparação para os fogos – mas voltam a subir logo em seguida, mantendo-se acima dos 30oC durante vários dias em grande parte do território continental.

É este o cenário a dez dias traçado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). As previsões do estado do tempo são mais fiáveis a três dias. Mas mesmo que não acertem exactamente o alvo nos dias a seguir, o sentido geral não será muito diferente. “A tendência é para uma subida das temperaturas”, assegura a meteorologista Sandra Correia, do IPMA.  

Segundo Sandra Correia, o calor vai ser temporariamente interrompido por uma frente que trará ar mais fresco, nuvens e até alguma chuva a quase todo o país na quarta-feira. Os termómetros vão aliviar a canícula que se tem sentido nos últimos dias. “Haverá uma descida de três a oito graus, e nalguns sítios até dez”, afirma a meteorologista.

Mas na própria quarta-feira ao fim do dia, o sol começará a vingar sobre as nuvens e o calor regressará a seguir. Em Beja – que no domingo enfrentou 44oC – os termómetros baixam para 31oC na quarta-feira mas já estarão em 39oC no sábado, 42oC no domingo e 43oC na terça-feira, dia 7.

No domingo, Évora poderá chegar aos 41oC, Castelo Branco e Portalegre aos 40oC, Bragança aos 37oC, Lisboa e Viseu aos 35oC, Faro e Guarda aos 34oC. A previsão é a de que as temperaturas se mantenham elevadas pelo menos até terça-feira, dia 8.

A direcção do vento pode minimizar o efeito do calor sobre os incêndios. Se vier de quadrante norte, como apontam os cenários a dez dias do IPMA, o risco será menor. Mas se vier do Leste, trazendo ar quente e seco, é a receita ideal para fogos de grandes proporções.

Este novo período de calor intenso coincide com o início da fase Charlie de combate aos fogos, que vai de 1 de Julho a 30 de Setembro, na qual há maior mobilização de bombeiros, viaturas e meios aéreos.

Desde Abril que Portugal tem tido temperaturas acima da média. O país teve o segundo mês de Maio mais quente dos últimos 84 anos – apenas superado pelo de 2011. Houve duas ondas de calor – entre os dias 9 e 15 e entre 21 e 31 – nalgumas regiões do país.

Com pouca chuva desde Janeiro, Portugal entrou em Junho com cerca de metade do país (53%) em “seca severa” e com 1,4% do território continental em “seca extrema”. O resto do país estava em seca “fraca” ou “moderada”.

 

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