Depois de três meses de descida, desemprego sobe para 13,2% em Maio

As estimativas provisorias do INE dão conta de 677 mil pessoas desempregadas, mais 2,9% do que em Abril. População empregada também diminuiu.

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Casais inscritos nos centro de emprego aumentam Laura Haanpaa

Depois de três meses sucessivos de descida, o desemprego voltou a subir em Maio, afectando agora 13,2% da população activa. Os dados divulgados nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) são provisórios e o valor definitivo só será conhecido na próxima publicação, pelo que só daqui a algumas semanas se poderá confirmar se há realmente uma interrupção da tendência de descida que se verificava desde Fevereiro.

A taxa de desemprego ficou 0,4 pontos percentuais acima do valor definitivo apurado para Abril (12,8%), anulando a diminuição verificada nos dois meses anteriores.

O INE aponta para a existência de 676,8 mil desempregados, o que representa um acréscimo de 2,9% face a Abril. Na prática, há mais 19 mil pessoas que dizem estar sem trabalho.

Acompanhando a tendência, o desemprego jovem também aumentou. Em Maio 33,3% dos activos entre os 15 e os 24 anos estavam desempregados, quando em Abril eram 31,7%.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, os números mostram que o desemprego continua a reduzir-se, tendo passado de 14,4% em Maio de 2014 para 13,2% em Maio de 2015. Ainda assim, o ritmo de redução foi mais lento do que nos primeiros meses do ano. O mesmo acontece com os jovens, cuja taxa de desemprego passou de 36,5% para os 33,3%.

Ao contrário do que acontece nos dados divulgados de três em três meses, as estimativas mensais do INE consideram a população dos 15 aos 74 anos e os valores são ajustados de sazonalidade. A taxa de desemprego sem considerar os efeitos sazonais de alguns sectores de actividade (turismo, agricultura, por exemplo) também aumentou para 13% em Maio. Trata-se de uma acréscimo de 0,2 pontos percentuais face a Abril, mas uma redução de 1,1 pontos percentuais na comparação com Maio de 2014.

Os valores referentes a Maio, lembra o instituto, são provisórios, “uma vez que se trata de um trimestre móvel em que para os dois primeiros meses a recolha da informação do Inquérito ao Emprego já foi concluída (Abril e Maio de 2015) e para o terceiro mês foi realizada uma projecção com base em modelos de séries temporais”. Os valores definitivos só serão conhecidos no próximo destaque.

Foi o que aconteceu com os dados relativos ao mês de Abril. Na primeira estimativa, o INE apontava para uma taxa de desemprego de 13%, mas na informação agora divulgada o número foi revisto e afinal ficou nos 12,8%.

Em Maio, o INE dá também conta de um recuo na população empregada. O número de pessoas empregadas caiu 0,5% em comparação com o mês anterior para 4,4 milhões, embora na comparação anual haja um aumento.

O decréscimo mensal da população empregada verificou-se sobretudo entre os homens (-1,2%) e os jovens (-1%), mas também nos adultos (-0,5%). As mulheres foram a excepção, tendo-se registado um ligeiro aumento do emprego feminino (na ordem dos 0,2%), que se traduziu em mais cinco mil pessoas empregadas do que no mês anterior.

O INE começou a divulgar dados mensais sobre o mercado de trabalho em Novembro do ano passado. Na altura, o instituto explicou a metodologia seguida e avisou que os dados estariam sujeitos a revisões. Mas no início deste ano a presidente do instituto, Alda Carvalho, foi chamada ao Parlamento pelos deputados da maioria para explicar as razões dessas revisões.

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