Intel compra Altera para melhorar tecnologia para centros de dados

Aquisição foi acordada entre as duas companhias e vai custar 15 mil milhões de euros.

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A Intel teve 15% do mercado de semicondutores em 2014 Reuters

A Intel, a multinacional americana que lidera o mercado de processadores, vai comprar a Altera, uma outra empresa americana, que desenvolve chips, mas não os fabrica. O negócio ronda os 16,7 mil milhões de dólares (15,2 mil milhões de euros) e permitirá à Intel desenvolver mais tecnologia para equipar grandes centros de dados.

As negociações entre as duas empresas já tinham motivado notícias ao longo dos dois últimos meses. A aquisição foi acordada entre as administrações das duas companhias e acabou por ser anunciada nesta segunda-feira. 

A Intel pagará em dinheiro (frequentemente, este tipo de aquisições são feitas, na íntegra ou parcialmente, com a entrega de acções) e vai financiar a operação através de fundos já existentes e de nova dívida. O montante corresponde a 54 dólares por acção, um valor cerca de 56% acima da cotação da Altera em finais de Março, quando surgiram na imprensa dos EUA as primeiras notícias sobre um possível negócio.

A Altera não é uma concorrente directa da Intel, já que se dedica ao desenho de chips, cujo fabrico é depois entregue a outras companhias. As duas empresas já trabalhavam juntas.

A Intel domina o mercado dos computadores pessoais, um segmento que tem estado em queda, apesar de alguma reanimação recente. Contudo, tem enfrentado concorrência mais forte no sector dos dispositivos móveis, onde a Qualcomm, também americana, é líder destacada.

De acordo com informação da analista Gartner, a Intel está em primeiro lugar no mercado global de semicondutores (o componente fundamental dos processadores) em termos de facturação. No ano passado, teve uma fatia de 15% de um mercado que superou os 315 mil milhões de dólares. Em segundo lugar estava a sul-coreana Samsung, com 10%, e em terceiro, com uma quota de 6%, surgia a Qualcomm, cujos processadores Snapdragon são usados em muitos modelos de tablets e telemóveis, entre os quais vários aparelhos da Samsung.

No primeiro trimestre deste ano, a Intel teve receitas de 12,8 mil milhões de dólares (o mesmo que no ano passado) e lucros de dois mil milhões (uma subida de 3%).

Com esta aquisição, a Intel pretende melhorar a oferta de produtos para segmentos como os grandes centros de dados, que são hoje uma parte central do funcionamento de muitas empresa tecnológicas de todas as dimensões, entre aos quais o Google, o Facebook e a Amazon.

A empresa espera também que a tecnologia da Altera ajude a criar produtos processadores vocacionados para a era da Internet das Coisas, na qual todo o tipo de aparelhos estão ligados em rede e que tem sido um mercado a captar o investimento de muitas empresas. 

“Seja para permitir novos crescimentos nos segmentos de rede, dos grandes centros de dados e da Internet das Coisas, os nossos clientes esperam melhores desempenhos a custos mais baixos. Esta é a promessa da Lei de Moore e é a inovação potenciada pela junção de forças da Intel e da Altera”, afirmou o presidente executivo da Intel, Brian Krzanich, em comunicado.

A Lei de Moore é uma previsão feita pelo fundador da Intel, Gordon E. Moore, segundo a qual a capacidade de computação dos processadores duplicaria a cada dois anos. Tornou-se, desde que foi enunciada, há cerca de 45 anos, uma espécie de meta para as empresas do sector.

A Intel espera fechar a compra nos próximos seis a nove meses.

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