Sete meses depois, “a regata mais difícil do mundo” regressa à Europa

Doca de Pedrouços, em Lisboa, marcou a conclusão dos 5185 quilómetros da sétima etapa da Volvo Ocean Race. A prova está de regresso à Europa sete meses após o início e prepara-se para abordar a recta final

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Céu limpo, vento em geral fraco e uma pequena subida da temperatura máxima: as condições meteorológicas em Lisboa dificilmente poderiam ser melhores para receber os seis barcos que terminaram a sétima etapa da Volvo Ocean Race 2014-15. As embarcações chegaram durante a madrugada à Doca de Pedrouços, após dez dias em alto mar durante os quais cumpriram as 2800 milhas náuticas (5185 quilómetros) da travessia transatlântica entre Newport, nos EUA, e a capital portuguesa. Seguem-se alguns dias de descanso, mas também de trabalho devido às necessárias reparações aos barcos. Sete meses depois de ter partido de Alicante, a frota da maior competição de vela oceânica do mundo está de regresso à Europa e prepara-se para entrar na recta final.

Lisboa marca presença no itinerário da Volvo Ocean Race pela segunda vez, depois da estreia em 2011-12. E esta escala marca a derradeira ocasião para as equipas fazerem consertos mais profundos aos barcos: os veleiros VO65 vão ser retirados da água pela última vez na Doca de Pedrouços. No dia 7 de Junho a frota despede-se de Lisboa e ruma a Lorient, em França (647 milhas náuticas, ou 1198 quilómetros), concluindo a prova durante a segunda quinzena de Junho, com o último trajecto, entre Lorient e Gotemburgo, na Suécia (960 milhas náuticas, ou 1777 quilómetros, com uma paragem de 24 horas em Haia pelo meio). À chegada ao porto sueco, as embarcações terão percorrido 38.739 milhas náuticas – qualquer coisa como 71.745 quilómetros.

A chegada a Lisboa marca o regresso da Volvo Ocean Race à Europa. E vai marcar também o regresso à prova do sétimo barco, o da equipa Vestas, que só conseguiu completou a primeira etapa da competição. Na segunda tirada, no fim do mês de Novembro, a embarcação capitaneada pelo neozelandês Chris Nicholson encalhou numa ilha do Oceano Índico e, após ser desmontada peça por peça, esteve a ser reconstruída em Itália. Ontem o casco estava a ser transportado de Setúbal para a Doca de Pedrouços.

Muitas vezes descrita como uma “aventura” e um “desafio”, ou como “a regata mais difícil do mundo”, esta maratona de circum-navegação à vela está entre as competições desportivas mais duras que existem. Ao longo dos nove meses de duração da prova, os velejadores são levados ao limite das capacidades físicas pelas condições hostis que têm de enfrentar, com dias de frio intenso e outros de calor escaldante. Nesta 12.ª edição, a Volvo Ocean Race é disputada por sete equipas, cada uma composta por oito tripulantes – com excepção da SCA, inteiramente feminina, que tem 11 elementos. No total, lê-se no site oficial da prova, há 19 nacionalidades representadas na frota, o que faz desta “a mais diversa em muitos anos”.

As já referidas Vestas e SCA ocupavam, após a sexta etapa da competição, os dois últimos da classificação. A liderança pertencia à Abu Dhabi Ocean Racing, que venceu duas das etapas já disputadas e, quando não ganhou, ficou sempre no pódio. A embarcação dos Emirados Árabes Unidos é capitaneada por Ian Walker, que disputa a Volvo Ocean Race pela terceira vez e é considerado um dos melhores velejadores britânicos de sempre: conquistou duas medalhas de prata nos Jogos Olímpicos (em 1996 na classe 470 e em 2000 na classe Star).

Consoante a posição de chegada a Lisboa, as equipas verão a sua pontuação aumentar: o primeiro classificado recebe um ponto, o segundo dois e assim sucessivamente. A equipa com menos pontos somados é a líder. Será ainda disputada uma regata local, no dia 6 de Junho no Tejo, numa espécie de competição paralela que servirá para desempatar as contas em caso de necessidade.

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