Álvaro Santos Pereira acredita em entendimentos entre PS e PSD após eleições

“É preciso continuar na senda das reformas para melhorar a competitividade da economia”, afirmou o ex-ministro da Economia.

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Álvaro Santos Pereira, hoje na OCDE, foi ministro da Economia do actual Governo entre 2011 e 2013 enric vives-rubio

O ex-ministro da Economia do actual Governo reforça a importância das “reformas estruturais” feitas na actual legislatura, mas entende é que preciso fazer mais para “aumentar a competitividade” da economia portuguesa. E acredita que haverá um entendimento entre os dois principais partidos após as legislativas.

Em Coimbra, onde falou sobre a relação entre bem-estar e economia, foi na qualidade de director do departamento de economia da OCDE que o antigo governante (ocupou o cargo de ministro entre 2011 e 2013) apontou para a necessidade de “reforçar e garantir o estado social em Portugal”. Um trabalho cuja continuidade considera ser essencial na próxima legislatura. “Cada vez mais os principais partidos políticos percebem que é preciso haver algum consenso em áreas como educação e segurança social”, entende Álvaro Santos Pereira.

 “Houve algumas reformas importantes na segurança social”, afirmou, “mas penso que tem que haver consenso político nas grandes linhas da reforma”. O responsável da OCDE avalia que, para haver reforma do Estado, tem que haver um consenso político alargado e acredita que, “depois das eleições, vamos ter entendimentos”.

Relacionado com este aspecto, Santos Pereira realçou a importância do que considera ter sido o consenso político e social numa conjuntura de crise. “Mais nenhum país teve acordos de concertação social durante programas de ajustamento da troika”, sublinhou o ex-ministro.

Num regresso à propalada expressão “Portugal não é a Grécia”, Santos Pereira considera que, “se em 2011 e em 2012 ainda havia essa questão [da saída do euro], hoje já não se coloca”. O antigo ministro entende que isso aconteceu “graças ao esforço dos portugueses e às reformas conseguidas”. “Nós não vamos sair do euro, de certeza absoluta”, afiança.

Para impulsionar a economia portuguesa, Santos Pereira entende ainda ser necessário “baixar o nível da burocracia, simplificar os procedimentos mas também as barreiras que existem em muitos dos serviços”. Por isso, “é preciso continuar na senda das reformas para melhorar a competitividade da economia”.

Depois da intervenção sobre a relação entre economia e bem-estar, no Fórum Internacional da Felicidade, o antecessor de Pires de Lima optou por não prestar declarações à comunicação social. Dos factores que contribuem para o bem-estar, Santos Pereira elencou – sem se referir especificamente ao caso português – tópicos como saúde, rendimento e liberdade para tomar decisões, “ou seja, não viver em ditadura ou mesmo que não tenhamos governos ou outras entidades a limitar as opções das pessoas”.

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