Governo anunciará "oportunamente" próximo governador do Banco de Portugal

Mandato de Carlos Costa termina em Junho.

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Instituição liderada por Carlos Costa revê em baixa crescimento económico Jorge Miguel Gonçalves/NFACTOS

O primeiro-ministro afirmou este sábado que oportunamente o Governo tomará uma decisão sobre o próximo governador do Banco de Portugal, cujo mandato termina em Junho, referindo que é uma decisão do executivo que merecerá audiência parlamentar.

"O mandato do senhor governador deverá terminar em Junho deste ano. O Governo não deixará oportunamente de tomar uma decisão quanto ao próximo governador do Banco de Portugal, é uma questão que será objecto de uma decisão do próprio Governo, que deverá merecer audiência parlamentar e que depois será confirmada pelo próprio Governo", afirmou Pedro Passos Coelho.

O primeiro-ministro, que falava à margem da inauguração do quartel dos bombeiros de Alijó, escusou-se a comentar notícias veiculadas por vários órgãos de comunicação social de que iria reconduzir Carlos Costa no cargo de governador do Banco de Portugal.

"Quando eu tiver notícia sobre essa matéria darei notícia pública dessa matéria. Até lá não vou comentar notícias de jornal e não marco o ritmo do Governo em função daquilo que é alguma tentativa de adivinhação que possa estar a ser feita", sublinhou.

O primeiro-ministro fez questão de confirmar que já falou com a ministra das Finanças sobre esta matéria, salientando que há "uma sintonia" quanto àquilo que será a decisão do Governo, contrariando assim também notícias "que apareceram".

Questionado sobre as declarações do líder do PS, António Costa, que disse querer ser ouvido sobre esta questão, Passos Coelho reforçou que esta é uma "escolha do Governo, nos termos da lei, e o Governo respeitará a própria lei e fará a sua escolha". "Não quer dizer que isso não signifique que possa ser mais ou menos consensual junto de outros sectores políticos. No passado todos os Governos fizeram as suas escolhas e o actual governador foi escolhido pelo anterior Governo", salientou.

Lembrou ainda que um Governo PSD "já não designa um governador há mesmo muitos anos". "Mas calhou desta vez ser um Governo composto pelo PSD e CDS que deverá indicar o escolher o próximo Governador e é isso que fará", afirmou.

Na sexta-feira, o Expresso noticiou que o primeiro-ministro tenciona reconduzir o Governador do Banco de Portugal, se a venda do Novo Banco correr bem e se tiver “garantias de que Carlos Costa aceita ficar”. Depois, vieram as reacções negativas por parte do PCP e do PS. “O Governador do Banco de Portugal tem responsabilidades particulares” no caso do BES, afirmou Jerónimo de Sousa, pelo que “não se percebe essa recondução.

Já António Costa disse ao Observador não querer acreditar que tenha sido dado um passo na recondução sem consultar o PS, até porque há um novo processo de designação do responsável pelo banco central. “Acho que é evidente para todos que é preciso restabelecer a confiança dos portugueses na capacidade regulatório do sistema financeiro, e da capacidade do Banco de Portugal de regular o sistema financeiro”, destacou o secretário-geral do PS.

Marcelo Rebelo de Sousa também se pronunciou sobre esta matéria, afirmando que o Governo devia ouvir o Parlamento antes de nomear o próximo governador, devido ao facto de estar em votação a lei que prevê uma audição prévia da Assembleia da República. O PS, disse, “nunca escondeu que, no caso de vir a ganhar as eleições, o seu candidato no futuro a um lugar como esse não é Carlos Costa”.

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