Vitória, protestos e muitos assobios na despedida do FC Porto 2014-15

Dois golos nos últimos dez minutos garantiram a vitória dos portistas contra o Penafiel num jogo marcado pela contestação aos jogadores e a Lopetegui.

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AFP

Nos 4206 dias de existência do Estádio do Dragão, será difícil encontrar um jogo para o campeonato com um ambiente tão hostil para o FC Porto como aquele que se viveu na despedida do seu recinto em 2014-15. Uma semana depois de “oferecer” o título ao Benfica, os portistas colocaram o ponto final numa temporada decepcionante com um triunfo sobre o Penafiel (2-0) e, perante um “ensurdecedor” protesto silencioso das claques “azuis e brancas”, a equipa de Julen Lopetegui respondeu com uma exibição desinspirada. Aboubakar e Danilo foram os autores dos golos da partida.

Após uma semana conturbada, o FC Porto de Lopetegui voltou a estar frente a frente com os seus adeptos e, como seria de prever, o ambiente no Dragão foi tudo menos amistoso. A posição dos Super Dragões ficou bem vincada com uma tarja mostrada logo no início – "Existe no silêncio tão profunda sabedoria que às vezes ele se transforma na mais perfeita resposta” – e perante a falta de apoio de grande parte dos seus adeptos, os jogadores do FC Porto fizeram muito pouco para que as palmas se ouvissem mais do que os assobios.

Contra um Penafiel que já tem há um par de semanas o bilhete de regresso ao segundo escalão garantido, Lopetegui deixou de fora dos convocados Maicon e Óliver, enquanto Herrera e Alex Sandro ficaram no banco. Após o descalabro de Munique, Reyes voltou à equipa, desta vez no lugar certo, enquanto Quintero teve mais uma oportunidade, mas o colombiano voltou a ser um flop.

Com as debilidades que ficaram bem patentes ao longo da época, o Penafiel fez o que podia: colocou 10 homens atrás da linha da bola e esperou para ver que “dragão” surgiria do outro lado. Os primeiros minutos até mostraram um FC Porto determinado e Danilo e Jackson estiveram perto do golo, mas aos poucos os penafidelenses foram ganhando confiança e os lances de perigo surgiram nas duas balizas. Porém, pertenceu a Brahimi a jogada candidata a um dos falhanços do ano: aos 44’, após assistência de Danilo, o argelino, a metro e meio da linha de golo e com a baliza aberta, conseguiu rematar por cima.

O início do segundo tempo não trouxe nada de novo. Com o passar dos minutos, o silêncio ia dando lugar a cada vez mais assobios e até Jackson mostrava um desacerto raramente visto desde que chegou a Portugal. No entanto, os golos acabaram por chegar. Aos 82’, um remate de Aboubakar sofreu um ligeiro desvio e bateu Coelho pela primeira vez; dez minutos depois, Danilo despediu-se do Dragão com o 6.º golo no campeonato. Os efeitos, junto dos adeptos, foram nulos, e o FC Porto despediu-se do Dragão com uma plateia dividida.

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