Facebook abre a plataforma Internet.org a mais sites e aplicações

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Zuckerberg toma decisão após críticas vindas da Índia Robert Galbraith/Reuters

O Facebook abriu esta segunda-feira a sua plataforma Internt.org, que pretende o acesso à Internet de forma gratuita, a novos sites e aplicações gratuitos. A decisão da empresa liderada por Mark Zuckerberg surge numa altura em que a rede social enfrenta fortes críticas por permitir o acesso a sites e aplicações de forma desigual.

Numa nota publicada no site da Internet.org, acompanhada por um vídeo de Zuckerberg, é explicado que a plataforma pretende ser uma “ferramenta para os developers criarem facilmente serviços integrados à Internet.org” e ser “capaz de dar às pessoas acesso a serviços básicos gratuitos na Internet”.

Os números são do Facebook. Mais de 85% da população mundial vive em áreas com cobertura para telemóveis, mas apenas 30% acedem à Internet. Isso significa que dois terços da população mundial ainda não têm acesso à web. A Internet.org permite o acesso gratuito através de telemóvel a serviços limitados na Internet relacionados com emprego, agricultura, saúde ou educação, bem como ao próprio Facebook e ao serviço de Messenger.

Com o lançamento da plataforma, a equipa de Zuckerberg pretende levar a conectividade online até onde esta não existe, principalmente em países em desenvolvimento. Até agora, a aplicação que dá acesso à Internet.org foi lançada em nove países em África, América Latina e Ásia. Um dos vice-presidentes da Internet.org, Chris Daniels, indicou à Reuters que oito milhões de pessoas já se ligaram a serviços online dessa forma.

“Queremos trabalhar com o maior número possível de developers e empreendedores, por isso ofereceremos serviços por meio da Internet.org de uma maneira mais transparente e inclusiva”, indica o Facebook na sua nota. A empresa procura parcerias não exclusivas com operadoras móveis para oferecer serviços básicos da Internet através de sites “muito simples e eficientes na transmissão de dados da Internet.org”.

Os sites são incluídos na plataforma de forma gratuita e as operadoras não devem cobrar aos developers pelos dados que as pessoas usam para aceder aos serviços. Para integrar a plataforma, o Facebook impõe, no entanto, alguns princípios, nomeadamente que os developers produzam conteúdos que possam ser acedidos tanto em telemóveis mais básicos como em smartphones e que sejam acessíveis em cenários limitados de largura de banda.

A missão do Facebook quanto à Internet.org tem recebido fortes críticas, nomeadamente na Índia, onde activistas consideram que a rede social se prepara para controlar todos os dados que sejam fornecidos através da plataforma, violando os princípios de uma Internet aberta.

A Índia foi um dos nove países onde foi disponibilizada a aplicação de acesso à Internet.org. No entanto, pouco depois do seu lançamento no país, em Fevereiro, tanto empresas de comércio online como developers de conteúdos desassociaram-se da plataforma, acusando-a de não respeitar o conceito de neutralidade na Internet, ao privilegiar os sites associados à plataforma em detrimento de outros.

No vídeo que acompanha o anúncio desta segunda-feira, Mark Zuckerberg fala na questão da neutralidade. “Acesso é igual a oportunidade. A neutralidade da web não deve impedir esse acesso. Precisamos de ambos porque não é uma Internet igualitária se a maioria das pessoas não puder participar”.

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