Rio já pensa nas presidenciais mas ainda não decidiu quando avança

Candidatura do ex-autarca é considerada como uma mais-valia para a coligação, porque a sua mensagem chegaria a um eleitorado mais à esquerda.

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Rui Rio ainda não desfez o tabu Fernando Veludo/NFactos

Rui Rio já pensa nas eleições presidenciais – “eu era hipócrita se dissesse que não penso” -, mas mantém o silêncio sobre uma eventual candidatura a Belém. Mas no PSD há quem arrisque dizer que o ex-presidente da câmara do Porto pode tomar uma posição em finais de Maio. E se Rio avançar, a sua candidatura retirará espaço a Marcelo Rebelo de Sousa, que adiou para depois das legislativas uma decisão.

“Rio nunca avançará sem que o processo da coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS, que contempla um candidato presidencial [às eleições de 2016], esteja completamente fechado, isto é, com as listas de deputados à Assembleia da República encerradas”, disse ontem ao PÚBLICO um dirigente social-democrata, revelando que o ex-autarca gostaria que a direcção do partido desse um sinal de que o apoiaria.

Mas Rio pode acabar por avançar mesmo sem contar com o apoio do seu partido, uma vez que Passos Coelho e outros membros da direcção do PSD já deixaram claro que o partido não dará apoio a qualquer candidato antes das eleições legislativas, que deverão ocorrer entre Setembro e Outubro.

Apesar de a direcção do PSD preferir não fazer a discussão das presidenciais antes das legislativas, na maioria PSD/CDS há quem garanta que a candidatura de Rio poderia ser uma mais-valia para a própria coligação, porque a sua mensagem chegaria a um eleitorado mais à esquerda. Refira-se que, em 1998, Rio votou a favor da despenalização do aborto, ao lado de Pacheco Pereira e Pedro Pinto.

Com Rui Rio ainda em reflexão, fonte social-democrata diz que “dentro de duas ou três semanas as coisas podem precipitar-se”. E outra fonte social-democrata arrisca garantir que a candidatura presidencial será uma realidade e com marca própria: “Vai ser uma candidatura numa lógica de regeneração do regime para acabar com a balbúrdia dos partidos, marcada pela honestidade, seriedade, rigor e sobriedade”. Para este apoiante, Rio tem um perfil que encaixa na tradição de Ramalho Eanes e Cavaco Silva, “duas personalidades que inspiram confiança”.

Para além de Rui Rio, há outros nomes do mesmo espaço político de centro-direita, todos eles ex-líderes do PSD: Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes e até Manuela Ferreira Leite não rejeitou essa possibilidade.

 


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