O negócio da Apple é cada vez mais na China

Mercado chinês ultrapassou Europa como a segunda região onde a empresa mais factura.

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As receitas mais do que duplicaram em relação a 2013 WANG ZHAO/AFP

A China está a ganhar importância nas contas da Apple. A região designada por grande China (que inclui também Hong Kong e Taiwan) foi, no primeiro trimestre deste ano, o segundo mercado onde a multinacional americana fez mais dinheiro, atrás apenas dos EUA. Foi também aquele onde a empresa vendeu mais iPhones. Em ambos os casos, é a primeira vez que acontece.

A grande China representou 29% das receitas globais da Apple, retirando peso tanto ao mercado europeu, como ao dos EUA. O volume de negócios naquela região subiu 71% no trimestre passado, por comparação com 2014, atingindo 16,8 mil milhões de dólares. Recuando dois anos, as receitas com as operações na China eram um pouco menos de metade e representavam 19% do negócio total. 

Em termos globais, as receitas da Apple totalizaram cerca de 58 mil milhões de dólares no trimestre passado, o que significa uma subida de 27% em relação ao mesmo período de 2015. Os EUA continuam a ser a região com mais facturação para a multinacional, com uma fatia de 37% do negócio, ao passo que a Europa caiu para terceiro lugar, representando 21%. 

O aumento do volume de negócios da grande China foi impulsionado pelas vendas do iPhone. A Apple não especificou quantos aparelhos vendeu naquela região, mas revelou que, pela primeira vez, a procura por parte dos consumidores chineses superou a procura no mercado americano. 

O aumento do peso do mercado chinês acontece quando os mercados ocidentais estão maduros e o crescimento na venda de smartphones acontece sobretudo nos segmentos de gamas mais baixas, onde a Apple não compete. O período natalício do ano passado já tinha mostrado que os dois novos modelos do iPhone, que seguem a concorrência na opção por ecrãs de tamanho maior, estavam a ter muita procura por parte dos consumidores chineses. 

O iPhone é, de longe, o aparelho da Apple que mais vende, tendo alcançado no trimestre uma facturação global de 40 mil milhões de dólares (uma subida anual de 55%), correspondente a 61,2 milhões de unidades vendidas. 

Os resultados apresentados pela Apple nesta quinta-feira mostram ainda que o iPad continua em queda, reflexo do menor apetite dos consumidores por tablets, numa altura em que os computadores são cada vez mais leves e finos e em que os telemóveis chegam às lojas com ecrãs progressivamente maiores, estreitando o espaço para um terceiro dispositivo. Foram vendidos em todo o mundo 12,6 milhões de iPads, o que significou uma receita de 5400 milhões, menos 29% do que no mesmo período de 2014.  

A venda de computadores Mac cresceu 2%, ao passo que as receitas dos serviços, de que fazem parte as lojas de música e aplicações, cresceram 10%. A empresa não revelou informação sobre o Watch, o relógio inteligente que recentemente pôs no mercado e para o qual decidiu não fazer vendas em lojas, mas apenas através da Internet.

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