Estado de emergência em Baltimore depois de horas de violência nas ruas

Mais de 27 pessoas foram detidas e pelo menos 15 polícias ficaram feridos. Tumultos desencadeados por funeral de um jovem negro que morreu depois de ter sido detido pela polícia.

Tumultos começaram na tarde de segunda-feira, momentos depois do funeral de Freddie Gray
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Tumultos começaram na tarde de segunda-feira, momentos depois do funeral de Freddie Gray Chip Somodevilla/Getty Images/AFP
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Os protestos que se seguiram ao funeral de Freddie Gray, em Baltimore, nos Estados Unidos, desencadearam um surto de violência que levou a que 27 pessoas fossem detidas, vários carros e lojas fossem pilhados e pelo menos um edifício incendiado. A violência ainda prosseguia ao início da manhã desta terça-feira, madrugada na hora local do estado de Maryland, horas depois dos primeiros confrontos.

Como resposta, a Câmara declarou o estado de emergência e impôs um recolher obrigatório que se prolongará durante uma semana. Pelo menos 15 polícias ficaram feridos nos confrontos. Ao final da tarde em Baltimore, a Câmara Municipal chamou a guarda nacional para as ruas da cidade.

Há mais de duas semanas que a cidade vive em clima de tensão, depois da morte de Freddie Gray, um jovem negro de 25 anos que morreu vítima dos ferimentos que sofreu quando foi detido pela polícia. Este clima de tensão explodiu na tarde de segunda-feira, momentos depois do seu funeral.

O contexto dos tumultos é em muito semelhante aos que ocorreram em Ferguson, no estado do Missouri, há um ano, quando saíram à rua dezenas de pessoas em protesto contra a morte do jovem negro Michael Brown. Tal como aconteceu com a morte de Brown, também o caso de Gray suscitou uma resposta violenta contra aquilo que os manifestantes entendem ser um tratamento diferenciado – e violento – da polícia frente a cidadãos negros.

Em Baltimore, há um sentimento de inevitabilidade. “Tudo isto tinha de acontecer, [com] as pessoas a ficarem cansadas de a polícia matar jovens negros por razão nenhuma”, disse à Reuters Tony Luster, que observava um dos cordões de segurança policial nas ruas da cidade. “É um dia triste, mas tinha de acontecer”, acrescentou ainda.

Entretanto, os altos responsáveis da cidade apelaram à calma. A presidente da Câmara e o comissário da polícia condenaram os tumultos e recusaram-se a encará-los como protestos. Anthony Batts, comissário da polícia de Baltimore, disse-o de forma clara: “Isto não é um protesto. Isto é actividade criminosa.”

O governador do estado de Maryland, Larry Hogan, já falou com Barack Obama. De acordo com o New York Times, o Presidente dos Estados Unidos pediu que as autoridades fossem contidas na sua reacção aos tumultos. Um pedido a que Larry Hogan terá acedido, conforme o próprio afirmou. Mas sem contudo dizer que as autoridades não “iriam ficar paradas e permitir que a cidade de Baltimore fosse controlada por rufias”.

A polícia está a investigar os ferimentos e a morte de Freddie Gray. Mas existem vários elementos que parecem apontar para um caso de má conduta policial. A detenção foi filmada por um telemóvel. Nessa gravação, vê-se Gray a ser arrastado para uma carrinha da polícia, aparentemente sem conseguir andar e a gritar de dores.

À chegada à esquadra, Gray foi transportado para um hospital e entrou em coma. Tudo aconteceu no passado dia 12 e Freddie Gray tinha ferimentos na coluna vertebral. Uma semana mais tarde, no dia 19, o jovem de 25 anos morreu. As autoridades admitiram já que Gray deveria ter recebido assistência médica no momento da sua detenção, como escreve o New York Times.

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