Grupo ateava fogo a bens de quem recusava entregar-lhe dinheiro

Cinco pessoas detidas estão a ser ouvidas esta sexta-feira no Tribunal de Valpaços. Grupo operava no interior transmontano, nomeadamente nos distritos de Vila Real e Bragança

Foto
Grupo escolheria locais isolados e pouco movimentados para atacar as vítimas.

A história passou-se no interior transmontado, mas os métodos lembram mais a máfia italiana. Um grupo criminoso, composto por quatro homens e uma mulher, considerados “muito violentos” pela Polícia Judiciária (PJ), são suspeitos de terem realizado pelo menos quatro roubos e de terem extorquido duas vítimas nos últimos meses, em locais isolados dos distritos de Vila Real e de Bragança. Quem recusou entregar-lhes dinheiro teve a casa ou o carro incendiados.

Os cinco suspeitos, alguns com antecedentes criminais por roubo e por furto, foram detidos esta quinta-feira pela Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real da PJ, estando na tarde desta sexta-feira a ser ouvidos por um juiz de instrução no Tribunal de Valpaços. As medidas de coacção deverão ser conhecidas até ao início da noite.  

“O grupo criminoso, constituído por quatro homens e uma mulher, actuava junto de populações mais isoladas, concretizando os roubos após proceder à sinalização e vigilância das vítimas”, adianta a PJ num comunicado emitido esta sexta-feira. Os detidos, com idades entre os 22 e 43 anos, não tinham ocupação laboral.

A PJ reuniu elementos de que o grupo “se dedicava desde há alguns meses à prática de crimes de roubo e extorsão no interior transmontano”, apesar de muitas das vítimas não terem apresentado queixa por temerem represálias. “No decurso dos roubos, os suspeitos ameaçavam e impunham às vítimas a entrega nos dias subsequentes de quantias monetárias de valor elevado”, sob pena de as voltarem a agredir ou de destruírem bens que lhes pertenciam. 

O grupo terá levado a cabo algumas retaliações “ateando incêndios a imóveis e veículos”, de vítimas que se recusaram a entregar as verbas pedidas. O grupo exigiria a cada vítima a entrega mensal de várias centenas de euros, tendo, nestes meses de actividade, conseguido apoderar-se vários milhares de euros. Os “detidos, muito violentos, são suspeitos de, pelo menos, quatro crimes de roubos e dois de extorsão”, lê-se na nota da PJ, que dá conta da colaboração da PSP de Bragança nesta investigação.

Fonte ligada ao processo reconhece, contudo, que o grupo poderá ter cometido muitos mais crimes, ainda não desvendados. Desde que foi alertada para a situação e face à gravidade dos crimes, a polícia concentrou-se em recolher provas suficientes para deter os suspeitos, temendo que uma eventual escalada da violência tivesse resultados ainda mais gravosos para as vítimas. 

Sugerir correcção
Comentar