Presidente da TAP tenta acordo de última hora com os pilotos

Ainda é cedo para saber se haverá um entendimento, mas Fernando Pinto fez questão de frisar que a companhia está a tentar.

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Presidente da TAP tem vindo a reunir-se desde o início da semana com os trabalhadores Miguel Manso

À saída de uma audiência com o Cavaco Silva, o presidente da TAP afirmou que a companhia “está a conversar com o sindicato [dos pilotos] para tentar chegar a um acordo” que evite a greve de dez dias convocada para o período entre 1 e 10 de Maio.

Fernando Pinto sublinhou, aliás, que acredita que a paralisação poderá ser suspensa. “Não acho que seja inevitável. Ambos os lados querem que não aconteça”, referiu.

Mas o que gestor brasileiro continua a defender, a par do Governo, é que as exigências do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, a devolução das diuturnidades suspensas desde 2011 e uma fatia de 10% a 20% no capital da TAP, não serão satisfeitas.

“É difícil haver um acordo dentro destas bases por questões legais”, frisou o responsável, embora insistisse que “continuam a conversar com o sindicato dos pilotos” para encontrar uma solução.

A marcação desta greve de dez dias gerou fortes críticas, pela duração e também pelo tipo de reivindicações dos pilotos. Há, aliás, quem dentro da classe critique a decisão tomada, falando-se da criação de um sindicato alternativo.

Mas o SPAC parece manter uma posição musculada neste braço-de-ferro, que nesta sexta-feira materializou num novo comunicado em que elenca as 54 perguntas que dirigiu à TAP e ao Governo sobre a gestão e o futuro da transportadora aérea.

Sobre esse facto, Fernando Pinto disse apenas que “todas as perguntas foram respondidas e clarificadas”, fazendo a ponte para as reuniões que tem vindo a realizar com trabalhadores desde o início desta semana. Para o gestor brasileiro, tem sido a oportunidade de dar a conhecer a versão da empresa já que “nas assembleias [dos sindicatos] não existe a informação completa”.

Já sobre a decisão do Governo de não avançar para uma requisição civil, como aconteceu no final do ano passado perante uma greve de quatro dias entre o Natal e o Ano Novo, o presidente da TAP preferiu não fazer comentários, dizendo apenas que “não pode julgar” a opção do executivo.

Mas essa opção já era a esperada, visto que uma requisição civil só pode ser decretada em situações excepcionais, o que não é o caso, apesar dos prejuízos que a greve, se avançar, vai causar à companhia de aviação.

Sobre esses impactos, o gestor brasileiro não quis entrar numa nova guerra de números com o SPAC, que nesta sexta-feira veio pôr em causa das estimativas da TAP quando apontou para perdas de 70 milhões de euros. Para o sindicato, os prejuízos não irão além dos 30 milhões.

A transportadora aérea esperava transportar cerca de 350 mil passageiros no período da paralisação e, neste momento, está apenas a aceitar a transferência dos voos para novas datas ou vouchers com a validade de um ano. Na segunda-feira haverá a primeira reunião para definição de serviços mínimos.

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