EUA alertam para riscos económicos de falta de acordo com a Grécia

Presidente do BCE pede "muito trabalho" e "urgência" ao Governo de Tsipras.

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Crise grega dominou reunião do FMI. Yannis Behrakis/Reuters

Não estava na agenda e não faz parte do conclusões finais, mas a falta de acordo com a Grécia acabou por marcar a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

Do secretário do Tesouro norte-americano veio a declaração mais importante. Jacob Lew, que esteve reunido com Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, à margem da reunião do FMI, alertou para os riscos da ausência de um entendimento com Atenas: “Não chegar a um acordo criaria problemas imediatos para a Grécia e incertezas para a Europa e para a economia mundial como um todo”.

Jacob Lew encorajou Dijsselbloem a conseguir um acordo, que permitiria desbloquear 7200 milhões de euros de ajuda à Grécia, evitando dessa forma a entrada do país em incumprimento, mas também enfatizou que "é altura de a Grécia concordar em fazer um conjunto vasto de reformas”.

Já o presidente do Banco Central Europeu defendeu em Washington que a resolução da crise grega estava “nas mãos do Governo" liderado por Alexis Tsipras, acrescentado que "é preciso muito mais trabalho”  e com “urgência". Draghi salvaguardou, no entanto, que “a zona euro está mais bem equipada” que em 2010, 2011 e 2012, “se a situação se agravar”.

Neste sábado, o plano de reformas grego voltou a ser discutido em Paris com vista a preparar a reunião, que se espera decisiva, da próxima sexta-feira, dia 24 de Abril.

Entretanto, a revista alemã Der Spiegel deu conta de uma parceria energética entre a Grécia e a Rússia, adiantando que o Governo de Atenas se prepara para assinar, na próxima terça-feira, um acordo que visa garantir, em antecipação, uma receita entre 3000 a 5000 milhões de euros, o que resolveria as necessidades de tesouraria no curto prazo.

A revista cita fontes da direcção do Syriza, partido no poder na Grécia, e explica que faz parte do Turkish Stream, o futuro gasoduto a construir entre a Rússia e a Turquia.

No plano teórico, o actual Governo grego voltou a ter o apoio do economista Paul Krugman, que este sábado reiterou, em Atenas, que a política de austeridade que tem sido aplicada na Europa deve acabar e que o executivo deve manter as suas "linhas vermelhas" nas negociações com os credores.

O comunicado provisório da reunião da primavera do FMI revela preocupação pelo menor crescimento das economias emergentes, afectadas pela queda da matérias-primas e redução das exportações. O organismo admite que um dos seus desafios, a médio prazo, é a possibilidade de um menor crescimento mundial.

Também a reunião dos ministros das finanças do G20, realizada nos últimos dias, alertou para os riscos de volatilidade do mercado cambial, da baixa inflação e elevado endividamento de algumas economias, que podem interferir negativamente no crescimento global. Com Agências

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