Portugal define com a Sérvia o grau de tranquilidade da qualificação

Fernando Santos garante que o conjunto sérvio está diferente para melhor, mas confia que o triunfo não fugirá à selecção nacional. Pepe será ausência confirmada no centro da defesa.

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O último treino da selecção antes do jogo contra a Sérvia Francisco Leong/AFP

A selecção portuguesa define neste domingo, no Estádio da Luz (19h45), o grau de pressão que irá carregar na segunda metade da qualificação para o Euro 2016. Um triunfo frente à Sérvia trará a serenidade que faltou nas últimas campanhas, mas um empate ou uma derrota voltam a encurtar drasticamente a margem de erro. Quem definitivamente está proibida de falhar é a equipa balcânica, que procura em Lisboa abrir uma janela para o apuramento.

No rescaldo de um Mundial sofrível e de uma derrota penosa com a Albânia (0-1) no arranque da caminhada para o Europeu de França, os alarmes soaram na Federação Portuguesa de Futebol. Saiu Paulo Bento, entrou Fernando Santos e os resultados (mais do que as exibições) surgiram no imediato. Dois triunfos pela margem mínima (Dinamarca e Arménia) afastaram muitas das sombras depressivas, deixando a selecção nacional dependente de si própria para alcançar hoje, pela primeira vez, o comando do Grupo I.

Mas se Portugal começou mal e emendou a tempo a mão, a Sérvia ainda procura justificar o estatuto de candidato teórico à fase final do Euro 2016. Um empate frente à Arménia (1-1) na partida inaugural, uma derrota na secretaria na sequência dos incidentes da partida com a Albânia (as duas selecções acabariam punidas pela UEFA com a perda dos pontos em disputa) e outra no relvado frente à Dinamarca (1-3) encerraram prematuramente o mandato do holandês Dick Advocaat nos Balcãs, em Novembro do ano passado. Sucedeu-lhe o sérvio Radovan Curcic, que se estreou com um promissor triunfo com a Grécia (2-0), num particular disputado em Creta.

Um ponto de viragem que foi neste sábado sublinhado por Fernando Santos. “Há uma mudança em relação aquilo que era a Sérvia até ao jogo com a Grécia. Nas partidas anteriores, era uma selecção com muitos talentos, mas apenas com vocação ofensiva e poucos cuidados defensivos. Com a chegada do novo seleccionador, a equipa tornou-se mais equilibrada e menos exposta”, analisou o treinador português, na antevisão do encontro deste domingo, em que irá cumprir o primeiro de dois jogos oficiais fora do banco português, na sequência do castigo que lhe foi aplicado após a expulsão no Mundial do Brasil, quando comandava o conjunto grego.

Se são muitas as incógnitas em relação à forma como a Sérvia se irá apresentar no Estádio da Luz, não são menos as dúvidas em relação à equipa portuguesa, a começar pelo “onze” titular. A única certeza que Fernando Santos aceitou antecipar é que o defesa central Pepe ficará de fora das opções, por não ter recuperado totalmente de uma lesão contraída ao serviço do Real Madrid. Sobre tudo o resto, imperou a discrição.

Incertezas que se alargam ao desenho táctico, que poderá oscilar entre o mais habitual 4-3-3 e o 4-4-2 (com um meio-campo em losango ou em linha), sem um ponta-de-lança clássico. Fernando Santos não esclarece e até desvaloriza a questão. “O que importa é a dinâmica. Temos de ser compactos e dinâmicos”, assegurou o seleccionador, que acredita ter encontrado a estratégia ideal para ultrapassar o obstáculo balcânico: “Não queremos chegar aos últimos jogos da qualificação sem ter conseguido alcançar o apuramento.”

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